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Em meio à polêmica ambiental, Conab ratifica safra recorde

Dirigentes do Ministério da Agricultura aproveitaram a divulgação da estimativa de safra recorde no ciclo 2007/08 para defender o avanço da área plantada no país.

Redação (07/03/2008)- Em meio ao recente arrocho ambiental imposto pelo governo federal aos produtores rurais, dirigentes do Ministério da Agricultura aproveitaram a divulgação da estimativa de safra recorde no ciclo 2007/08 para defender o avanço da área plantada no país. "É preciso acabar com as falácias contra a expansão da fronteira agrícola", afirmou o presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Wagner Rossi. "A expansão não leva a indicadores de questionamento permanente como se tem feito. A cana tem sido uma vítima. Temos que fazer as coisas do real para a análise, e não da análise cerebrina para o real".

A Conab informou nesta quinta-feira que os produtores brasileiros elevaram em 533,4 mil hectares a área cultivada neste ciclo em comparação à temporada 2006/07. E a área cresceu mais justamente em Mato Grosso, principal foco das ações de combate ao desmatamento ilegal da floresta. O Estado plantou um adicional de 642 mil hectares de soja nesta safra (+8,3%), segundo a Conab. Em Tocantins, o crescimento bateu em 12%, ou 32,2 mil hectares. Os Estados do Pará (10,6%), Rondônia (8,4%) e Maranhão (1,1%) também avançaram na área de soja. A área de milho também aumentou na região. Em Mato Grosso, o crescimento chegou a 10,2 e no Pará, a 3,6%.
O ministro Reinhold Stephanes tentou explicar: "Quando há avanços de área, isso ocorre em cima de pastagens", defendeu. "A soja [avança] é na produtividade e o milho, no algodão ou na soja, em Mato Grosso". De fato, a área de milho safrinha no país é a que mais deve aumentar nesta safra: 7,3% ou 333,1 mil hectares. Mas a soja não ficou atrás ao ampliar o cultivo para 329,3 mil hectares em todos os Estados.

No total, estimou a Conab, o país deve colher 139,31 milhões de toneladas, um resultado 5,8% superior aos 131,73 milhões de toneladas da safra anterior. O adicional produzido nesta safra, de 7,58 milhões de toneladas, equivale à toda a produção de trigo e feijão do país.
Entre os principais destaques, está a segunda safra de milho, que já começou a ser plantada em algumas regiões, e deve ocupar 4,9 milhões de hectares, produzindo um recorde histórico de 17,25 milhões de toneladas (+16,8%). A colheita de soja, carro-chefe do agronegócio, deve somar 59,58 milhões de toneladas, resultado 2,1% superior à safra passada. "A safrinha de milho será recorde, mas ainda dependemos do clima. Mas mesmo com exportações no nível do ano passado, o setor de carnes pode ficar tranqüilo que está garantido o abastecimento", disse o diretor de Logística da Conab, Silvio Porto.
Na comparação com a pesquisa da Conab feita em fevereiro, os números desta safra são 2,2% maiores, o que equivale a 2,9 milhões toneladas de grãos. Segundo a empresa, a produção foi estimulada pela alta produtividade da soja e pelo forte crescimento da área do milho safrinha. "A colheita, nesta fase inicial, está em pleno andamento, sem registro de perdas significativas", disse Silvio Porto.