Redação SI (31/01/06) – O prolongamento do bloqueio russo às carnes brasileiras devido aos focos de aftosa no Mato Grosso do Sul e Paraná provoca queda de preço no mercado suinícola, pressionado pela oferta excedente e o consumo interno lento. No Rio Grande do Sul, segundo estudos da Emater, o quilo do suíno caiu 9,6% entre novembro de 2005 e janeiro de 2006, chegando, na última semana, a R$ 1,79. Além do embargo, o aumento da produção colabora para o recuo, aponta o técnico da Emater, Felix Rodrigues. Dados da Abipecs indicam que o abate no RS subiu 7,95% no ano passado em relação a 2004. ”Esse crescimento de oferta de quase 8% já vinha provocando queda”.
Segundo maior exportador de carne suína no Brasil, respondendo por 24,65% do embarcado em 2005 (625.075 toneladas), o RS já sente os reflexos. Conforme o diretor executivo do Sips, Rogério Kerber, desde a semana passada, há retenção de animais no campo, desaceleração dos abates e as indústrias com estoques altos estão sendo obrigadas a remover produto para entrepostos, gerando custos excedentes. ”A gente tem dificuldade de imaginar isso. Estávamos indo bem, com rentabilidade, razoavelmente equilibrados.”
O secretário da Agricultura, Odacir Klein, reafirmou que o fim do embargo russo à carne suína gaúcha está perto, mas fontes do setor dizem que a Rússia estaria insatisfeita com os desdobramentos do caso do Paraná, cuja confirmação dos focos levou dois meses. Há 15 dias, o Lanagro da Capital enviou ao Mapa, em Brasília, os resultados de amostras de sorologia coletadas de animais com suspeita clínica naquele estado. Até ontem, o laudo conclusivo não havia sido divulgado.
Os governos da Tailândia e Filipinas anunciaram ontem o embargo à importação de carne brasileira. Com isso, o número de países que suspenderam a compra de carnes brasileiras por causa da aftosa sobre para 56.