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Ex-Bertin vai presidir gaúcho Mercosul

Além da experiência com empresas familiares, Douglas de Oliveira já passou pelas gigantes Copersucar e Bunge.

Redação (26/01/2009)- O executivo Augusto Cruz, ex-Pão de Açúcar e ex-JBS, deixou a presidência do frigorífico Mercosul, que havia assumido em meados de 2007 com a tarefa de preparar a empresa para a abertura de capital. O controlador do Mercosul, Mauro Pilz, voltou interinamente ao comando, mas será substituído em março por Douglas de Oliveira, ex-CFO (principal executivo da área financeira) e CEO interino do Bertin, até meados do ano passado, antes da chegada do executivo João Nogueira Batista à empresa. Este ficou apenas seis meses à frente da operação (ver acima). Anna Carolina Negri / Valor

Mauro Pilz faz questão de afirmar que a saída de Cruz se deveu a "um encontro de interesses" entre as partes. E usa a palavra reorganização para a nova fase vivida pela empresa, que tem participação de 37,8% de um fundo administrado pelo americano AIG em seu capital. 

Quando questionado se a crise financeira levou às mudanças, Pilz afirma, sem dar detalhes, que a reorganização decorre de uma "conjugação de motivos". Mas reforça que a empresa "está fazendo o dever de casa" e segue com o plano de abrir capital. "Estamos reestruturando nossas estratégias nesta nova fase", diz. 

Douglas de Oliveira era o diretor-financeiro da Bertin em 2007, quando a empresa dava os primeiros passos rumo à profissionalização com o objetivo de abrir o capital. Naquele ano, frigoríficos como Minerva, JBS e Marfrig foram ao mercado e lançaram ações na bolsa, mas o Bertin não. Agora, ninguém mais sabe quando isso poderá acontecer. 

Além da experiência em empresas familiares, como a Bertin, Douglas de Oliveira já passou pelas gigantes Copersucar e Bunge. 

No ano passado, segundo Pilz, o Mercosul faturou R$ 950 milhões, 35% mais do que em 2007, e a meta para este ano é alcançar R$ 1,4 bilhão, ou 40% a mais. 

Isso será possível, diz ele, com a entrada em operação da fábrica em Tucumã (PA), que elevará a capacidade de abate do Mercosul para 7 mil cabeças por dia. Hoje, com sete unidades, ela é de 5 mil cabeças, e a empresa trabalha com 60% de sua capacidade com todas as plantas em operação. 

Apesar da expectativa de maior faturamento, Mauro Pilz não esconde a preocupação com a demanda. Segundo ele, já se sente a redução do consumo de carne. "O mercado internacional vai precisar consumir mais".