Redação (28/04/2008)- A exportação de carne bovina in natura para a União Européia (UE) não retomará o ritmo verificado no ano passado, afirmou nesta segunda-feira (28-04) o coordenador dos Sistemas de Rastreabilidade, Naor Maia Luna, do Ministério da Agricultura. Ele informou que até o começo deste ano qualquer pecuarista podia vende carne para o bloco europeu, mas agora está claro que os produtores precisam investir em suas propriedades e ter um melhor controle de gestão de suas fazendas.
Maia Luna fez as declarações ao participar hoje de um workshop organizado pela Assessoria de Comunicação do Ministério da Agricultura, para tratar da segurança e qualidade do produto brasileiro no mercado global.
Segundo ele, cerca de 90 fazendas brasileiras estão na lista de propriedades aptas a fornecer carne para os frigoríficos que abastecem o bloco europeu. Até o começo do ano, 16 mil fazendas podiam vender para o mercado europeu, mas as críticas da UE em relação ao modelo brasileiro de rastreabilidade resultaram na redução do número de fazendas aptas à exportação para o bloco.
Auditorias – Maia Luna acrescentou que terminou na sexta-feira um curso que foi oferecido aos técnicos do governo federal e dos Estados para aqueles que farão auditorias nas fazendas de pecuária de corte. A partir dessas auditorias, que começaram a fer feitas hoje, é que as certificadoras repassarão ao governo o nome das propriedades que cumprem todas as regras do sistema brasileiro de rastreabilidade do gado bovino (Sisbov).
Essas fazendas passarão por uma nova auditoria do serviço oficial e, só então, se for comprovado que as regras de rastreabilidade estão sendo cumpridas, é que as fazendas serão incluídas na lista das propriedades que podem vender para a UE.
Apesar das expectativas dos pecuaristas, Maia Luna ressaltou que não adianta flexibilizar as regras do Sisbov. Esse é um pedido recorrente dos pecuaristas e há, inclusive, uma subcomissão na Comissão de Agricultura da Câmara para elaborar um novo modelo de rastreabilidade que pode ser apresentado no futuro aos europeus. "Não adianta flexibilizar as regras, se o comprador não aceita. A regra quem dita é quem está comprando", afirmou.