Redação (23/01/2009)- As exportações de carne de frango do Brasil estão em um ritmo mais reduzido por conta da crise global e podem fechar janeiro com uma queda de cerca de 10% em volume, na comparação com o mesmo mês de 2008, de acordo com a Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos (Abef).
"Se chegar a 250 mil t é um número bom", afirmou o diretor-executivo da Abef, Christian Lohbauer. Em janeiro do ano passado, o Brasil exportou 274,8 mil t de carne de frango, segundo a Abef.
"A gente achava que o problema era de liquidez, mas tem também problema de demanda", disse Lohbauer, citando os efeitos da crise de crédito para o setor.
A menor demanda seria na Rússia, na Venezuela, que é dependente da receita gerada pelo petróleo agora (mais baixa nesse momento), e também na África do Sul. Os países do Oriente Médio também estão comprando um pouco menos, segundo Lohbauer.
A demanda está mais constante da parte da União Européia e Ásia, especialmente Hong Kong.
O Brasil é o maior exportador de carne de frango do mundo. Esta é mais uma das commodities afetadas pela crise financeira.
A Abef estimou na semana passada um aumento de 5% nas exportações em 2009 ante as 3,6 milhões de t embarcadas durante todo o ano passado, quando as vendas externas cresceram 11% frente ao registrado em 2007.
O diretor da Abef comentou ainda que o setor avícola não está seguindo a recomendação das indústrias, de reduzir o alojamento de aves.
O resultado disso, caso as metas estabelecidas não sejam seguidas, é queda de preço da mercadoria.
"Se não houver nova redução, poderemos comprometer o resultado de 2009, porque a exportação não vai conseguir escoar a superprodução", explicou.
O setor vinha com um alojamento em patamares recordes em 2008, até para atender as exportações em alta e o aquecido consumo interno.
Em novembro, sentindo a crise, a Abef recomendou uma redução no alojamento de 20%, cumprido apenas em parte. Naquele mês, a queda foi de 13% na criação.
Em dezembro, quando essa tendência deveria ter continuado, houve um aumento de 2%, disse Lohbauer, justificando a necessidade de nova redução em janeiro.
Antevendo uma menor demanda no primeiro trimestre, a Perdigão, uma das maiores empresas do setor no Brasil, anunciou em dezembro um corte de produção de frangos, perus e suínos.