Redação (09/06/2008)- As exportações de carne suína reagiram positivamente em maio, em volume e valor. O Brasil exportou 59 mil toneladas, um crescimento de 17,08% em relação ao mesmo mês de 2007. As vendas em maio totalizaram US$ 167 milhões, um aumento de 65,24% em relação a maio do ano passado, informa a Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (ABIPECS).
Nos cinco primeiros meses do ano, o Brasil exportou 218,9 mil toneladas, uma redução de 5,09% em comparação com igual período de 2007 (230,6 mil t). A ABIPECS espera que essa tendência de queda seja revertida nos próximos meses.
Os preços médios continuam subindo: as exportações de janeiro a maio somaram US$ 560 milhões, um aumento de 26,56% em relação ao valor apurado nos cinco primeiros meses de 2007 (US$ 442 milhões). "Essa alta é essencial para o equilíbrio do produtor, que enfrenta importante elevação dos preços de milho e soja, além da já difícil questão cambial brasileira", comenta Pedro de Camargo Neto, presidente da ABIPECS.
O preço médio dos três últimos meses (março, abril e maio) de 2008 foi de US$ 2,66 mil por tonelada, 37% superior ao do mesmo período do ano passado.
O mercado de Hong Kong, segundo maior cliente, confirma o destaque apresentado em meses anteriores. O Brasil exportou para lá 49,3 mil toneladas de janeiro a maio, um aumento de 44,51% em relação a igual período de 2007.
A ABIPECS vem insistindo junto ao Ministério da Agricultura para priorizar uma solução final à abertura do mercado da China, que vem aumentando as suas importações e, numa prova de interesse em adquirir carne suína no exterior, rebaixou recentemente a tarifa de importação do produto.
A Rússia continua liderando as importações de carne suína brasileira. Importou do Brasil 94,5 mil toneladas nos cinco primeiros meses deste ano, embora no ano passado, nesse mesmo período, tenha comprado maior volume: 109,27 mil t.
Chile, ainda fechado, preocupa os exportadores
A ABIPECS registra com enorme preocupação o fato de o Chile, um vizinho importante, ainda não ter aberto o seu mercado à carne suína brasileira, "em flagrante irregularidade, ao condicionar a continuidade do processo de abertura à solução do embargo fitossanitário imposto pelo Brasil às frutas chilenas, em função da identificação de ácaros", diz Pedro de Camargo Neto.
"É totalmente inaceitável que o país vizinho, teoricamente amigo, pratique este tipo de ilegalidade", acrescenta.
A ABIPECS espera que o governo federal tome providências enérgicas no sentido de exigir o cumprimento das regras sanitárias internacionais.