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Exportadores miram Coréia do Sul, Japão e China

Segundo a Abipecs, "A Ásia é o grande objetivo; hoje o segundo maior importador do Brasil é Hong Kong".

Redação (25/03/2008)- As doze maiores empresas produtoras e exportadoras de carne suína do País darão o próximo passo para conquistar novos mercados externos em maio. Empresários do setor e representantes do governo brasileiro estarão pela primeira vez em Seul, na Coréia do Sul, em uma das etapas do pacote de ações que tem como meta alavancar a receita exportadora do setor em pelo menos US$ 1,3 bilhão a médio prazo, esperam fontes do setor.

Estão na mira do Brasil os mercados do Japão, Coréia do Sul e China. Além de ampliar receita com a consolidação de mercados, outro objetivo das ações do setor é depender menos da Rússia – hoje o principal destino das exportações brasileiras de carne suína. Em 2007, o Brasil exportou 606,5 mil toneladas, com receita de US$ 1,2 bilhão. Nesse total, a Rússia teve participação de 54,23% em valor e 45,96% em volume, segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Carne Suína (ABIPECS).

"O Estado de Santa Catarina é o principal produtor hoje e tem status de área livre de aftosa sem vacinação. Não há motivos, pelo menos sanitários, que expliquem por que a Rússia não importa carne suína dessa região", diz Mário Lanznaster, presidente da Cooperativa Central Oeste Catarinense (Aurora Alimentos). Atualmente, só o Rio Grande do Sul e o Mato Grosso exportam o produto para aquele mercado. "Exportamos para os russos via abatedouro que temos no Rio Grande do Sul. No entanto, poderíamos triplicar o volume caso o país voltasse a comprar de Santa Catarina", continua Lanznaster. A Aurora abate 1,8 mil cabeças por dia no estado gaúcho enquanto que, em Santa Catarina, o volume abatido por dia chega a 7 mil cabeças. Desde 2004, o Brasil vem sofrendo embargos por parte dos russos, devido a problemas sanitários.

Projeto exportador: A Aurora é uma das doze empresas que estão apoiando o projeto setorial em curso desde meados de 2007, estruturado pela ABIPECS e que conta com apoio da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). Sadia, Perdigão, Seara e Doux Frangosul são outros exemplos de quem apóia o projeto. Segundo Marcos Soares, gestor do projeto na Apex, entre as ações de promoção comercial se incluem a participação das empresas em feiras alimentícias fora do país, a organização de workshops com potenciais importadores em feiras no Brasil e a vinda de jornalistas internacionais especializados no setor para conhecer a infra-estrutura das empresas produtoras.

O projeto tem duração de dois anos – iniciou-se em julho de 2007 – e conta com investimentos na ordem de R$ 1,562 milhão, sendo que o aporte da Apex corresponde a R$ 816,8 milhões e o restante vem das empresas do setor. Segundo a agência do governo, a meta é alavancar as exportações em US$ 1,3 bilhão somando as ações realizadas nos dois anos. Para 2008, está programada a participação na Seoul Food & Hotel, entre os dias 14 e 17 de maio, na Coréia do Sul.

Além disso, também em maio, ocorrerão visitas de interessados em frigoríficos no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, nos dias 12 a 16. Segundo a ABIPECS, uma rodada de negócios no Chile, a participação na World Food Moscow 2008, em setembro, e em feira em Xangai, na China, em dezembro, também estão na agenda de atividades. O Brasil exporta principalmente carne suína in natura congelada, mas há interesse, no futuro, em exportar itens industrializados, garante Lanznaster, da Aurora. "Queremos exportar um mix de produtos e atender às indústrias locais e ao varejo", diz. Os tipos de cortes exportados são pernil, paleta e carré (parte das costelas e do lombo).

Novos mercados: Os novos mercados que estão na mira da ofensiva brasileira – Japão, Coréia do Sul e China – não são fáceis de conquistar, porque os orientais são mais cautelosos que a média dos negociadores. No entanto, o potencial é grande, avalia Pedro de Camargo Neto, presidente da ABIPECS. "A Ásia é o grande objetivo; hoje o segundo maior importador do Brasil é Hong Kong", diz Camargo Neto. No ano passado, Hong Kong ficou atrás apenas da Rússia e importou US$ 106,2 mil toneladas (US$ 169,1 milhão). Até agora, os brasileiros iniciaram ações junto ao Japão participando de duas feiras. Os países estão em etapa governamental de negociações, concluindo questões sanitárias. Os japoneses são os maiores importadores do mundo do produto, com share de 45% do mercado de importações mundiais, que somou US$ 9,5 bilhões em 2005.