Redação AI (06/03/06)- “Os países desenvolvidos pensaram que isso acontecia na Ásia, que estava muito longe, que exagerávamos os riscos de epidemia. Os países ricos só começaram a se movimentar quando o vírus chegou à Turquia”, afirma o diretor da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO).
Diouf diz que a crise da gripe aviária começou em dezembro de 2003 e que, inicialmente, só a FAO, a Organização Internacional da Saúde Animal (OIE) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) se preocuparam com o assunto.
“Naquele momento tínhamos todas as ferramentas em nossas mãos. Podíamos eliminar rapidamente as aves domésticas contaminadas, discutir sobre a possibilidade de vacinar ou não, iniciar centros de referência, reforçar os serviços veterinários”, afirma.
Mas os países ricos não responderam aos chamados para aumentar a ajuda econômica para combater a doença, assegura Diouf.
“Primeiro pedimos US$ 430 milhões para efetuar uma autêntica política de prevenção. Nem sequer tivemos US$ 30 milhões em promessas. Depois pedimos US$ 1,2 bilhão e nos prometeram US$ 1,9 bilhão. Até agora a FAO recebeu US$ 16 milhões”, afirma.
Ele critica que os países desenvolvidos tenham “se concentrado sobretudo na pandemia e gastado bilhões para comprar remédios e máscaras ao invés de apostar em frear a epizootia, cujo desenvolvimento pode provocar a pandemia”.