Redação (25/06/2008)- O chefe da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês), Jacques Diouf, alertou hoje que os preços dos alimentos permanecerão altos e fez um apelo para o aumento na produção agrícola mundial. Jacques Diouf, diretor-geral da FAO, afirmou que os preços permanecerão altos por causa das mudanças climáticas, da crescente demanda por biocombustíveis, dos baixos estoques de alimentos e da maior demanda nos países emergentes, como China, Índia, Indonésia e Brasil, que formam a maior parte da população mundial.
Diouf disse que o problema não será resolvido se não houver aumento da produção e pediu aos líderes mundiais, que se encontrarão no próximo mês no Japão, que encarem a questão. "Nossa mensagem é que precisamos investir mais na agricultura," afirmou Diouf, acrescentando que outros assuntos que precisam ser discutidos incluem o armazenamento, o uso e o controle da água potável, além de mais investimentos em rodovias nas regiões rurais para escoar a produção.
No curto prazo, é importante providenciar alimentos aos países mais atingidos e tentar salvar o plantio para as próximas safras, ao permitir que os agricultores tenham acesso adequado a sementes, fertilizantes e ração animal, afirmou Diouf.
Os preços dos alimentos subiram no mundo inteiro nas últimos meses, por causa da uma combinação de aumentos nos preços do petróleo e combustíveis, demanda crescente, variações extremas no clima, produção crescente de biocombustíveis e especulação no comércio. Tudo isso levou a protestos populares em países da África, da Ásia e da América Central, além de aumentar os temores de que cresçam a subnutrição e a instabilidade econômica. Porém, Diouf alerta que o problema não está confinado aos países pobres da África, Ásia e América Central. "Esses preços terão impacto não apenas nos países pobres e em desenvolvimento, mas também nos países desenvolvidos, por causa da inflação."
Diouf fez os comentários durante uma conferência com foco no desenvolvimento agrícola e segurança alimentar na Europa e na Ásia Central. O encontro de dois dias também abordará o apoio da FAO aos países europeus e asiáticos afetados pelos preços mais altos dos alimentos, bem como a adaptação regional às mudanças climáticas. As informações são de agências internacionais.