Redação AI (14/02/06) – No documento consta que a Avestruz Master levaria mais de um ano para iniciar as exportações para a União Européia (UE), que depois de concluídas as obras, serão necessários cerca de 40 dias para que a empresa possa começar o funcionamento e, entre outras coisas, que Goiás não tem autorização para exportação de carne de avestruz. Os esclarecimentos foram pleiteados pela Associação Nacional dos Investidores da Avestruz Master (Anavestruz) no último dia 8.
O Ministério da Agricultura descarta a possibilidade de o frigorífico funcionar dentro do prazo noticiado pela defensoria jurídica do grupo a previsão anterior é que isso acontecesse amanhã. A tese é reforçada pela constatação do presidente da Anavestruz, Eduardo Scartezini, da diretora jurídica da Associação de Compradores e Criadores de Avestruz (Associavestruz), Fernanda Gonçalves, e do representante dos investidores no Fórum do Portal do Avestruz, André Luiz Dias Mattos, de que, embora as obras tenham sido retomadas no dia 9 de janeiro, “praticamente nada mudou”.
O grupo visitou a sede do Struthio Gold, na zona rural de Bela Vista 40 quilômetros de Goiânia , na manhã de ontem, exatamente para checar a evolução das obras. Isso porque o calendário montado pela Avestruz Master previa para fevereiro o início do abate dos animais e para a segunda quinzena de março o começo das exportações. Durante o anúncio da retomada dos trabalhos, o sócio majoritário do grupo, Jerson Maciel da Silva, disse que condições climáticas e estabelecimento de acordo com as outras duas empresas para o término do frigorífico seriam decisivos para o respeito às datas previstas.
“Os poucos funcionários que lá estão, pouco têm a fazer. Para dar continuidade a seus serviços dependem de outra empreiteira que ainda não renegociou com a Avestruz Master para reiniciar as obras”, consta em comunicado divulgado após a visita. Apesar de existirem no suporte apenas 14 cartões de ponto, representando a quantidade de operários à disposição da obra, os clientes afirmam que só oito estavam no local, além dos dois seguranças. “As obras estão quase no mesmo estágio de quando visitamos o local pela primeira vez depois da eclosão da crise”, afirma Scartezini. O problema foi deflagrado no dia 4 de novembro do ano passado.
As entidades representativas dos credores mapearam evoluções nas obras apenas quanto às valetas “cavadas no dia da retomada das obras” e algumas caixas de alvenaria para a fiação. Segundo os relatos, essas caixas estão em vias de desmoronamento provocado pela enxurrada e pelas valetas abertas. “Só dinheiro jogado fora”, conta. A equipe também tentou fiscalizar a situação da Fazenda Master I, em Bela Vista, mas foi barrada na portaria.
As constatações, aliadas ao termo do esclarecimento do Ministério da Agricultura, servirão de fundamento para o pedido de afastamento de Jerson Maciel da gestão dos negócios, a ser será protocolado às 10 horas de hoje pelas associações. De acordo com o defensor jurídico da Avestruz Master, Neilton Cruvinel, o pleito pela retirada do sócio majoritário da empresa é um equívoco. “Isso é um tiro no pé. Se o Jerson sair a empresa vai falir inevitavelmente”, afirma.
Segundo Neilton, faltam apenas as obras de interligação e a entrega de uma empacotadora para o funcionamento.