Redação SI (12/01/06) – O Frigorífico Rajá, que há 30 anos atuava exclusivamente no abate de suínos, em Jacarezinho (PR), no Norte Pioneiro, encerrou suas atividades esta semana. Com o fechamento, quase 300 trabalhadores foram demitidos.
A informação foi confirmada ontem por autoridades políticas ligadas à gerência do frigorífico, que também mantém unidades em Joaquim Távora (Paraná) e nos Estados de Mato Grosso e São Paulo. Os diretores da empresa não falam sobre o assunto e também não permitiram que os seguranças e um recepcionista que ainda trabalham no local dessem informações.
A reportagem conseguiu apurar que o motivo foi o endurecimento do embargo à carne brasileira pela Rússia. O país era o principal comprador do frigorífico, que abatia mil animais por dia aproximadamente 200 toneladas de carne e exportava quase 60% da produção para os russos.
Em novembro, o frigorífico chegou a dispensar 100 trabalhadores da unidade em Jacarezinho, mas anunciou que com o fim do embargo os demitidos deveriam ser recontratados. Na época, 40 trabalhadores da unidade de Joaquim Távora, também no Paraná, foram dispensados do trabalho, sob a mesma justificativa.
Na reunião com os funcionários, a direção da empresa anunciou que a intenção é retomar as atividades em fevereiro ou março. Mas como o embargo deve se estender por um período maior, na avaliação de especialistas de mercado a possibilidade do frigorífico ser reaberto ainda este ano é remota.
O abatedouro foi instalado na cidade na década de 70. Desde que o Grupo Rajá assumiu o controle, no início dos anos 90, o número de empregos gerados quase que triplicou. O frigorífico também era uma das principais fontes geradores de tributos no município.
O Rajá é um dos cinco maiores grupos ligados à cadeia produtiva da carne no país. Em Joaquim Távora, são abatidos suínos e bovinos.
Esta semana o Frigorífico Margen anunciou o fechamento da unidade em Paiçandu (Noroeste do estado), com a demissão de 300 funcionários. O Garantia, de Maringá, não encerrou as atividades, mas desde o anúncio da suspeita, em outubro, já dispensou 350 trabalhadores.