Redação AI (03/03/06)- A assembléia geral de credores da Avestruz Master será realizada no dia 22 de abril em local ainda não definido. Dados técnicos sobre o evento onde mais de 53 mil credores votarão pela transformação do grupo de Limitada em Sociedade Anônima (S.A) de capital fechado ou pela falência dependerão da contratação de uma consultoria para cuidar da parte de logística da assembléia. O local mais cogitado para a votação é o Estádio Goiânia Arena.
Matéria publicada pelo Diário da Manhã no dia 19 de fevereiro mostrou que mais de 9 mil clientes que concederam procurações a seis entidades representativas votarão pela falência. Outras de 13,5 mil pessoas representadas por duas associações optarão pela transformação da Avestruz Master em S.A. A contratação da empresa responsável pela estruturação da assembléia dependerá da existência ou não de fundos na conta judicial da empresa na Caixa Econômica Federal (CEF).
A conta bancária da empresa dispõe de apenas R$ 200 mil. Quantia insuficiente para quitar dívidas com fornecedores, pagar a folha de funcionários e dar continuidade às obras do frigorífico Struthio Gold. A venda de bens para formação de caixa é a primeira providência que será tomada pelo administrador judicial e gestor provisório da Avestruz Master, o advogado Sérgio Crispim. Ele já contratou um economista para cuidar da parte financeira do negócio que Sérgio está encarregado de gerir.
A comercialização de mais de 80 bens entre automóveis de luxo, duas Ferrari, barcos, avião, helicóptero, objetos de uso pessoal e equipamentos de som e imagem da família Maciel devem acrescentar mais de R$ 5 milhões aos caixas da empresa. A angariação de fundos é imprescindível para manter o grupo em funcionamento até o dia da assembléia geral de credores.
Ação
O presidente da Associação Nacional dos Investidores da Avestruz Master (Anavestruz), Eduardo Scartezini, protocolou ontem representação junto ao Ministério Público (MP) solicitando a adoção de medidas cabíveis para apurar a regularidade do contrato de honorários advocatícios firmado com o corpo jurídico da Avestruz Master. Além disso, a ação pleiteia o processamento criminal do sócio majoritário do grupo, Jerson Maciel da Silva, e do seu defensor jurídico, Neilton Cruvinel. A ação foi proposta ao procurador-geral de Justiça do Estado de Goiás, Saulo Bezerra.
O contrato prevê que os advogados Neilton Cruvinel, Nielson Monteiro Cruvinel e Guilherme Moraes Jardim receberão R$ 102 milhões pela defensoria jurídica da empresa. A primeira parcela dos honorários advocatícios é de R$ 500 mil, com vencimento no próximo dia 15. O valor, que corresponde a 6% do passivo do grupo, foi dividido em 40 prestações. A amortização total da dívida está prevista para 15 de junho de 2009.
A representação criminal contra Jerson calca-se nas provas e indícios de práticas mercantis não recomendáveis por parte do empresário, além de crimes falimentares apurados pelo inquérito policial da Polícia Federal (PF), que indiciou a família Maciel por estelionato e crimes contra a economia popular e o sistema financeiro nacional.
Quanto a Neilton Cruvinel, a ação sustenta-se numa denúncia do MP contra o advogado por inserir em documento declaração falsa. O defensor jurídico da Avestruz Master divulgou ontem nota oficial sobre o assunto.