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Imigração japonesa

Com apenas 50 galinhas, famílias de japoneses começaram a produção de ovos no município de Bastos, em São Paulo. A atividade deu certo e ganhou destaque no País.

Redação (02/05/2008)- Bastos, no centro-oeste de São Paulo, tem um dos maiores percentuais de japoneses e descendentes no Estado, mas nem sempre foram tantos assim. Em 1929 eram apenas 64 famílias que chegaram para cultivar a terra em pequenas propriedades. Os primeiros japoneses de Bastos começaram investindo nas lavouras de café, mas a decepção veio logo na década seguinte. Fortes geadas destruíram as plantações. Os imigrantes decidiram mudar. Veio a época do algodão e das frutas. Mais um desafio.

“Quando chegaram as coisas não era nada do modo que eles tinham ouvido falar. Também não sabia nem como começar, cultivar a terra”, conta Goro Abe, diretor da associação cultural de Bastos

Foi a criação do bicho da seda que sustentou o município até o meio da década de 40, mas com o fim da segunda guerra, o maior consumidor de seda dos Estados Unidos, que usava o material para fazer pára-quedas parou de comprar o produto. Era colocado à prova o principal elemento trazido do Japão, a persistência. As famílias passaram a investir na produção dos ovos, em escala comercial.

Tudo começou de maneira bem singela com a iniciativa de um imigrante que deu início à agricultura com apenas 50 aves. Naquela época, galinhas caipiras que viviam soltas. A atividade se desenvolveu. Outros produtores acompanharam. Ela cresceu tanto que hoje Bastos é responsável por quase 20% da produção nacional de ovos.

Osamo Yabuta segue o trabalho iniciado pelo pai, um dos pioneiros no setor. “Logo em 1953 meu pai faleceu e meu irmão e minhas irmãs deram continuidade. Agora eu estou aqui dando continuidade”, diz ele.

O antigo processo de produção está representado em um galpão de madeira, que por enquanto ainda é mantido em funcionamento. Ali os ovos são recolhidos um a um como antigamente e levados para limpeza, seleção e embalagem. “No tempo passado, a ave produzia pouco e tudo era mais difícil”, diz o agricultor. Hoje nos galpões moderno de seu Osamo o sistema é todo automatizado. Ração, água e até a retirada de esterco é feita pelas máquinas. “Nós estamos muito atentos para a evolução da avicultura de postura porque é muito dinâmico”, diz seu Osamo.

Hoje, 67 avicultores estão cadastrados no Sindicato Rural de Bastos. Uma atividade mantida por mais de dois mil trabalhadores, com orgulho. “Os pais queriam ganhar dinheiro e voltar para o Japão, mas nós não. Nós trabalhamos como se fosse um brasileiro”, conclui.