Redação (18/01/2006) – O Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (SINDAN) informa que a indústria veterinária encerrou 2005 com faturamento estimado de R$ 2,212 bilhões, valor cerca de 7% superior ao alcançado em 2004, de R$ 2,058 bilhões.
Os números indicam crescimento do mercado de produtos para saúde animal devido ao aumento das exportações de produtos veterinários e à maior conscientização dos criadores da importância de manter os rebanhos saudáveis, com programas sanitários eficientes.
Os problemas enfrentados pela cadeia produtiva em 2005, notadamente o baixo preço da arroba do boi a menor cotação em 35 anos , levaram muitos criadores a investir na produtividade, viável apenas com o rebanho saudável, afirma Emílio Salani, presidente do Sindan. A baixa lucratividade da pecuária atividade responsável por 58% do mercado de produtos para saúde animal motivou a mudança de mentalidade e o conseqüente investimento no aumento da eficácia produtiva por meio de programas sanitários. Importante ressaltar que os produtos veterinários representam no máximo 3% do custo do boi, completa o dirigente.
Além disso, a incessante discussão sobre sanidade nas várias esferas de poder, nas entidades de classe, nos meios de comunicação e entre os próprios produtores, bem como os investimentos em modernização do parque industrial também contribuíram para o crescimento do setor de saúde animal como um todo em 2005 e sinalizam novos resultados positivos em 2006.
Todos os episódios envolvendo questões sanitárias registrados no País em 2005, como a febre aftosa no Mato Grosso do Sul, a não confirmada suspeita do foco da doença de newcastle também no MS e a preocupação cada vez maior com a gripe aviária, entre outros exemplos, mostram o quanto estamos vulneráveis em sanidade, item de fundamental importância para o sucesso do agronegócio brasileiro, analisa Emilio Salani. Na pecuária de corte, é fantástico que mesmo com todas as adversidades enfrentadas ao longo do ano o Brasil acaba de bater novo recorde nas exportações de carne bovina, superando US$ 3,1 bilhões. O mesmo pode ser dito em relação às vendas externas de carne de frango, em que pese o aparecimento da gripe aviária na Europa, ressalta o presidente do Sindan.
Em 2005, os produtos veterinários destinados aos bovinos representam 58% do faturamento da indústria, o que equivale a R$ 1,287 bilhões, seguido pelo segmento das aves, com cerca de 20% do mercado, ou R$ 398 milhões. O crescimento também ocorreu na suinocultura, que fechou o ano com 8,2% do total, ou R$ 181,9 milhões. Já no segmento de animais de companhia (pets), o desempenho, que dependente do poder aquisitivo da classe média, permaneceu estável, sem acompanhar o crescimento dos setores de nutrição e acessórios. No segmento de eqüinos, ovinos e caprinos, a indústria veterinária registrou leve crescimento.
Defesa sanitária fortalecida em 2006
Para Emílio Salani, a burocracia nos processos é um dos entraves ao bom andamento da defesa sanitária no País. Licitação não combina com sanidade. É importante desenvolver um sistema que envolva procedimentos emergenciais, intensa fiscalização, legislação eficiente e disponibilidade de recursos. A legislação deveria permitir o rifle sanitário e o governo precisa dispor de um fundo emergencial, sugere Emílio Salani.
O Sindan reforça seu apoio ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e espera intensificar as parcerias que manteve em 2005. Nossa parceria com o MAPA caminha para o aumento da regulamentação e fiscalização de produtos veterinários. A indústria trabalha em sintonia com o governo e os produtores em todas as ocasiões, buscando a adequação da legislação para proporcionar aos laboratórios o desenvolvimento, o registro e a comercialização de produtos para saúde animal que atendam às necessidades dos criadores de pequenos, médios e grandes animais.