Redação (26/05/2008)- Em tempos de biocombustíveis e crise alimentar, o agronegócio brasileiro é um campo fértil para a inovação tecnológica. Na sessão “Cases de Sucesso em Inovação de Produtos e de Processos” da área, na VIII Conferência Anpei de Inovação Tecnológica, Alellyx, Dedini, Embrapa e Senai mostraram abordagens distintas, mas que compõem um panorama promissor para a inovação no agronegócio.
O co-fundador e diretor científico da Alellyx, Paulo Arruda, mostrou, com a história da empresa, o caminho do casamento da pesquisa científica com o desenvolvimento tecnológico. A Alellyx nasceu da experiência de um grupo de cientistas da USP, Unicamp, e Unesp, responsável pelo mapeamento genético da Cytrus Xillela, que decidiram criar uma empresa e encontraram na Votorantim Novos Negócios, em 2002, o parceiro ideal para um negócio integralmente voltado para a inovação tecnológica, com foco no mercado.
Arruda ressaltou que a modelagem do negócio foi extremamente cuidadosa para garantir sua continuidade. “Fizemos um modelo bem dimensionado desde a abertura, já que os resultados vêm em longo prazo e o setor não funciona com pouco dinheiro”, disse. Com isso, a Alellyx opera com segurança para obter seu primeiro produto em 2013. Hoje, 25% da área plantada de cana-de-açúcar no País está sob contrato para o desenvolvimento de melhoramentos diversos.
Na Dedini, os 87 anos de mercado se refletem em um market share em torno de 80% no fornecimento de bens de capital para usinas de açúcar e álcool. Essa posição se sustenta na busca constante de tecnologias que aumentam a eficiência industrial. O gerente de Engenharia de Novos Produtos, Fernando Boscariol, apresentou também o principal projeto em desenvolvimento, que une a produção de bioetanol, bioeletricidade e biodiesel em uma única planta, com alta eficiência industrial e ambiental.
O chefe da Embrapa Tecnológica, Lúcio Brunoli, apresentou o PAC da Embrapa, iniciativa do governo federal que ampliará o orçamento da empresa em R$ 5 milhões entre 2008 e 2010 e permitirá a contratação de 1.100 técnicos e pesquisadores. Indo além, a Embrapa passa a atuar mais próxima da iniciativa privada para financiar e disseminar suas pesquisas, atingindo Estados do Norte e Nordeste do País, que hoje estão desassistidos.
O gerente de Desenvolvimento Tecnológico do Senai, Marcelo Oliveira, apresentou o Edital de Inovação Senai, que prevê o desenvolvimento de tecnologias sob demanda, em parceria com as empresas. A instituição conta com 48 centros de tecnologia para pesquisa aplicada e 129 laboratórios de metrologia, que são acionados para desenvolver as pesquisas. Na área de agronegócio, foram desenvolvidos produtos para envasamento de cachaça, bebidas lácteas e uma paçoca de soja que se transformou em produto de exportação.