Redação (07/01/2008) – O que era uma proposta apresentada ao
deputado federal Luis Carlos Heinze (PP-RS) no dia 17 de novembro de 2006,
durante o 7º encontro de suinocultores em Palmeira das Missões, pelo presidente
da Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul – Acsurs, Valdecir
Folador e do Coordenador do Conselho Técnico da entidade, médico veterinário
Flauri Ademir Migliavacca, começa a se tornar realidade. O Sistema Integrado de
Administração Financeira do Governo Federal – Siafi – apontou em seus registros,
no dia 28 de dezembro, às 14h27, o empenho R$ 4,8 milhões a favor da
Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária – Fepagro.
O recurso viabilizado por gestão do deputado Heinze com a bancada gaúcha, será
aplicado na construção e aparelhamento de um laboratório de biossegurança para
contenção de microorganismos nível 3, no Instituto de Pesquisa Veterinária
Desidério Finamor – IPVDF, em Eldorado do Sul.
Heinze explica que o projeto prevê a aplicação total de R$ 10 milhões. Segundo
ele, a primeira parcela de recursos subsidiará as obras do prédio e a aquisição de
equipamentos para purificação do ar e tratamento de efluentes. "É um grande
passo que estamos dando. Conseguimos o empenho da verba para a primeira
etapa das obras, agora vamos trabalhar para liberar o dinheiro o mais rápido
possível", afirma. Os R$ 6,2 milhões restantes, segundo ele, devem ser previstos
no orçamento de 2008.
Na avaliação do parlamentar a emenda, além de beneficiar diretamente os
produtores, vai contribuir com as agroindústrias gaúchas diminuindo custos e
gerando mais empregos. Para o setor de avicultura, no Vale do Taquari e Região
da Serra, o empreendimento vai favorecer, pelo menos, 25 frigoríficos e 40 médias
responsável por 80% da produção de bovinos, o empreendimento vai contemplar
cerca de 65 indústrias. "Um laboratório desse porte, vai acelerar os resultados de
suspeitas das diversas doenças que acometem os animais. Além disso, pode ser
uma referência para o país e para as missões estrangeiras que nos visitam",
garante.
Com a construção do laboratório os exames patológicos de alta complexidade e a
produção de vacinas para o tratamento de doenças animais como a febre aftosa,
Newscastle e a peste suína clássica poderão ser feitos no Rio Grande do Sul.
Normalmente as amostras são enviadas para Minas Gerais e Pernambuco –
únicos estados que possuem laboratório veterinário nível 3. "A demora do
resultado paralisa toda a produção, de 15 a 20 dias, em uma propriedade com
suspeita de doença. Com a construção do laboratório no IPVDF o diagnóstico será
bem mais rápido e o produtor terá menos prejuízos", explica Heinze.
ENTENDA: Os laboratórios de biossegurança nível 3, o segundo mais rígido para
manipulação de vírus e bactérias, são utilizados para o estudo de microrganismos
de alta periculosidade. A segurança é toda pensada para que os organismos não
escapem dos limites do laboratório e para que os pesquisadores que trabalham
com eles não se contaminem. As medidas de segurança são estruturais. Todo ar é
trocado de tempo em tempo e a água usada é tratada termicamente antes de ser
descartada, assim como qualquer outro material usado no laboratório – inclusive
os uniformes dos pesquisadores.
Quanto maior o nível do laboratório de biossegurança, mais potente é o vírus e a
bactéria que ele pode abrigar. O nível 3 é suficiente para organismos patogênicos
como o da febre aftosa, por exemplo. Acima de todos, há o nível 4, para vírus
extremamente perigosos e com alto poder de contágio. Os mais modernos no
Brasil, entretanto, são de nível 3.