Redação (05/05/2008)- O criador de suínos Sérgio Soberay é integrado de uma grande indústria de Chapecó, em Santa Catarina. A integradora entrega os leitões, medicamentos e a ração. E ao final da engorda, compra os animais por R$ 0,13 o quilo vivo. É 30% a mais do que no ano passado.
Embora esteja recebendo mais, seu Sérgio disse que o lucro final é pequeno. “Eu acho que hoje, no preço que está, não vale a pena investir em suinocultura. Male mal dá para manter as estruturas da granja”, justificou.
A situação dos criadores independentes, aqueles que arcam com todas as despesas, é mais complicada. Os insumos tiveram acréscimo elevado. O milho aumentou 40% e a soja, 80%. Quando começam os cálculos, o resultado é negativo. Sobra pouco para o produtor.
O criador Clair Dariva cria leitões para reprodução e também porcos, que vende no mercado independente. Ele disse que consegue receber R$ 2,25 pelo quilo vivo. É um valor 35% maior do que o valor do ano passado. Segundo o criador, apesar do aumento, o preço é pouca coisa maior do que o custo de produção.
“No ano passado, nessa época, estávamos vendendo porca a R$ 1,50, mais a simplificação, que dá cerca de R$ 1,60 a R$ 1,65. Então, há uma diferença no passado. Mas o que temos diferenciado esse ano são os insumos, que subiram demais”, explicou seu Clair.
A quantidade de carne de suínos que o Brasil exportou no primeiro trimestre deste ano caiu cerca de 7,5%. As indústrias dizem que a queda nas vendas ainda é reflexo na Rússia, maior mercado comprador da carne suína brasileira, que ainda não definiu quanto deverá importar do Brasil.
“Santa Catarina está exportando para países satélite da Rússia, para alguns países da América do Sul também. Mas houve redução na exportação”, falou Mário Lanzas, presidente da empresa.
Apesar da queda no volume exportado, o Brasil ganhou mais no faturamento da carne de porco no primeiro trimestre. O aumento foi de 18%.