Redação (10/02/06) – A expectativa da Associação Paranaense de Suinocultores (APS), é de que pelo menos duas mil pessoas participem do ato, um sinal de desespero dos produtores, que enfrentam período de queda na cotação do suíno e sofrem com as conseqüências do suposto aparecimento da febre aftosa no Estado. A cotação que atingiu R$ 2,45 em outubro de 2005, caiu para R$ 1,30 atualmente.
“O produtor está pagando para trabalhar”, disse o presidente da APS-Cascavel, Luiz Carlos Berto, informando que os frigoríficos pagam R$ 1,30 o quilo do suíno vivo, enquanto o custo de produção gira em torno de R$ 1,80. “Não há perspectiva de mudanças”, considera.
O manifesto começa às 10 horas e contará com autoridades, lideranças e caravanas de suinocultores de todo o Estado. Após ato público serão assados dez mil pedaços de carne, que serão servidos de graça, em forma de sanduíche. Às 14 horas, será realizada carreata.
O presidente da APS estadual, Irineu Wesller, diz que o manifesto quer chamar a atenção de autoridades nacionais para os riscos que a suinocultura corre, mesmo não tendo problemas sanitários. “Os produtores querem alongamento das dívidas já contraídas com investimentos feitos nas granjas e uma linha de crédito específica para financiamento de retenção de matrizes”, disse.
Em Cascavel, os cerca de 70 suinocultores associados à APS produzem quatro mil matrizes e oito mil suínos por mês. Em todo o Paraná, são 4,6 milhões de cabeças em cerca de 248 mil propriedades. A atividade gera cerca de 217 mil empregos diretos e indiretos dos quais 90,4% ou 196 mil estão no segmento da produção de animais, 5% ou 11 mil na indústria de transformação, 4,6% ou 10 mil nos setores comerciais e de prestação de serviços ligados à suinocultura. Para este ano a APS prevê crescimento médio de 5% na produção – 504 mil toneladas contra 479 mil toneladas produzidas em 2004.