Redação SI (22/02/06)- O coordenador nacional de Febre Aftosa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Jamil Gomes de Souza, disse ontem, em Cuiabá, que até aquela manhã o governo ainda não havia recebido qualquer comunicado da Rússia manifestando a intenção de postergar o fim do embargo à carne brasileira.
A decisão do governo russo teria sido anunciada no final da semana passada. Não podemos nos manifestar, pois ainda não fomos informados da decisão, aponta Gomes.
A expectativa dos exportadores era de que a Rússia suspendesse o embargo até meados de março, ou seja, no fim do inverno do Hemisfério Norte.
A Rússia mantém embargo à carne de oito estados brasileiros (Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina). A proibição às importações de animais vivos e carne bovina e suína foi imposta no dia 13 de dezembro do ano passado.
A declaração de que a Rússia poderá manter o embargo às importações de carnes bovina e suína do Brasil teria sido feita por Sergei Dankvert, chefe do Serviço de Sanidade Animal e Vegetal da Rússia, porque o governo brasileiro não conseguiu convencer os técnicos russos a abreviar o embargo.
Gomes informou que todas as ações foram adotadas nos estados onde foram detectados os focos de aftosa – Mato Grosso do Sul e Paraná – e o Brasil já está apto a oferecer todas as garantias à Rússia.
AÇÕES – A Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio (SRI) divulgou um relatório com as ações tomadas pelo Ministério da Agricultura junto aos países que impuseram restrições totais ou parciais às importações de carnes brasileiras.
Desde o surgimento de focos de febre aftosa no Mato Grosso do Sul, no mês de outubro, 52 países anunciaram embargo às carnes brasileiras. Alguns países também restringiram as importações de animais susceptíveis à aftosa, miúdos e material genético (sêmen e embriões), entre outros produtos.
O chefe do Departamento de Saúde Animal do Mapa, Jorge Caetano Júnior, disse que em Mato Grosso do Sul e no Paraná os pecuaristas estão colocando animais não vacinados nas portas da fazenda os chamados sentinelas para testar o controle da aftosa nas áreas onde ocorreram os focos. As propriedades irão fazer ainda a sorologia do rebanho para verificar se o vírus ultrapassou a barreira sanitária.