Redação (24/01/06) – No evento, que reunirá algumas das mais expressivas lideranças da cadeia produtiva do setor, a ABCS assinará também convênio com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), criando uma comissão de estudos para a normalizar os procedimentos de produção e comercialização do segmento.
Em entrevista ao jornal “Argumento Suíno”, da ABCS, que também estará sendo lançado durante a cerimônia, o ministro Rodrigues se disse impressionado com o fato da suinocultura brasileira viver um momento de crescimento exponencial, bater recordes de exportação e tudo isso à margem de políticas públicas. “Uma área dinâmica como essa não pode ser puxada exclusivamente pelo mercado, que tem suas regras e idiossincrasias”. Ele quer primeiro reunir a comunidade científica, especialmente os técnicos do Centro Nacional de Pesquisa de Suínos e Aves (CNPSA), da Embrapa, com produtores e as indústrias de transformação e de fornecimento de insumos e serviços.
Num segundo momento, Rodrigues acredita que o programa deve atuar de forma capilar, atingindo as bases do mercado, como açougues, supermercados e restaurantes. Para o ministro, várias câmaras setoriais não conseguiram deslanchar porque não abandonam questões conjunturais. E, dirigindo-se ao presidente da ABCS, Rubens Valentini, Rodrigues afirmou: “Sua chegada na Associação foi muito importante porque você tem o conceito de cadeia no DNA e me deu muita segurança de trabalhar nesse sentido”.
Visão de Futuro:
Em recente reforma estrutural, o ministro criou uma área de planejamento estratégico, objetivando preparar o agronegócio brasileiro para os próximos 30 anos. Ele lembra que o governo não teve nenhum papel real no crescimento da soja no mercado internacional, mas talvez tenha tido num setor no qual intervinha diretamente o café. E acrescenta que a presença brasileira no mercado internacional de café diminuiu sensivelmente. “Talvez porque a gente mudasse de negociador todo ano”. Ele acentua que a suinocultura avança no Centro-Oeste do país, sem que isso venha acompanhado de organização e planejamento para áreas vitais como meio ambiente e logística.
Para o presidente da ABCS, o produtor de suíno não existe sem indústrias, sem fornecedores de insumos e serviços, sem varejo e sem consumidor. Ressalta ainda que o conceito de cadeia é a base do documento “Posicionamento Estratégico”, concluído pela entidade no final do ano passado.
Dentro dessa visão estruturante, a ABCS criou um Conselho Técnico Consultivo, reunindo importantes nomes de universidades e empresas e um comitê médico, destinado a referenciar o posicionamento da entidade quanto à adequação do uso da carne suína para o consumo humano.
Selo:
O evento de São Paulo foi convocado originalmente para o lançamento do selo “Empresa Amiga da Suinocultura- ABCS -, através do qual a associação pretende financiar seus projetos de pesquisa e ações de fomento. Já estarão aderindo ao selo, amanhã, nada menos que 26 empresas do setor.” Rubens Valentini acredita que esse número vai dobrar nas próximas semanas, considerando o retorno dos contatos que vem mantendo junto às indústrias.