O feijão, no entanto, também ajudou com os altos índices de produtividade. Conforme dados disponibilizados pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e Abastecimento (Seab), núcleo regional, que abrange 18 municípios dos Campos Gerais,os resultados obtidos com a cultura do milho está animando os produtores.
Até o momento, com 85% da área colhida, as estimativas iniciais de produção e rendimento médio já foram superadas. O rendimento médio inicial previsto de 8,3 a 8,5 mil quilos por hectares já atingem aproximadamente 8,5 a 9 mil quilos por hectare, graças às condições climáticas favoráveis para a cultura, apesar da estiagem, em setembro, que acabou atrasando o início do plantio.
Além disso, o produtor investiu mais em insumos, como herbicidas, adubação pesada durante o plantio, adubação de cobertura (com uréia e sulfato de amônia) e semente que prometiam alta produtividade. O produtor também investiu em máquinas e equipamentos modernos. Além disso, a cultura não sofreu com o ataque de doenças, como a lagarta rosca.
Segundo o engenheiro agrônomo do Deral, José Roberto Tosato, alguns produtores da região obtiveram resultados ainda melhores. Em alguns casos o rendimento médio foi de aproximadamente 9 a 12 mil quilos por hectare. Em um caso isolado, um produtor de Ventania obteve produtividade média de 14 mil quilos por hectare. Em função dos bons resultados obtidos até o momento, o aumento de 10% sobre a estimativa inicial de rendimento deve gerar um lucro superior a R$ 45 milhões.
Para o gerente-geral da Cooperativa Agrícola Mista de Ponta Grossa (Coopagrícola) – que conta com 330 produtores de grãos, Anacleto Luis Ferri, o milho também foi o grande aliado do produtor na safra de Verão. Com relação ao ciclo anterior, Ferri acredita que a produtividade já é 5% superior. Na safra anterior a área cultivada foi de 178 mil hectares, com produção de 1,4 milhão de toneladas e rendimento médio de 7,9 mil quilos por hectare.
Doenças causam prejuízos no campo
Os prejuízos no campo com doenças que afetaram a soja já ultrapassam R$ 50 milhões na safra de verão, segundo estimativas do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (Seab). Conforme o engenheiro agrônomo do Deral, José Roberto Tosato, os prejuízos podem superar R$ 50 milhões, já que a colheita da safra de Verão ainda não foi concluída, faltando ainda colher 15% da área cultivada.
“Essas doenças surpreenderam os produtores da região”, comenta. O rendimento médio potencial produzido estimado para a safra de soja era de 3,2 mil quilos por hectare, mas os resultados parciais já demonstram uma queda para 3,15 mil quilos por hectare. Além da produtividade, a produção inicial estimada também apresentou uma declino, passando de 1,40 milhão de toneladas para 1,30 milhão de toneladas.
Essa queda, segundo Tosato, se deve à esclerotínia, que apodrece a planta, e também à ferrugem asiática, em menores proporções. Em um caso específico um produtor da região dos Campos Gerais que estimava um rendimento médio em torno de 3,3 mil quilos por hectare obteve, até o momento, apenas 1,5 mil quilos por hectare.
As perdas com a produtividade, em geral, foram de 5 a 15% na região. Segundo o engenheiro agrônomo Alyson Domingos Valentin, todas as variedades de soja foram afetadas, sem distinção. Os principais fatores que contribuíram para a proliferação da doença foram os períodos de chuva registrados em janeiro, tornando o solo úmido, propicio para a proliferação da doença fúngica esclerotínia. A área cultivada estimada é de 423 mil hectares, valor 1,43% superior ao ciclo anterior, quando atingiu 417 mil hectares, com produção de 1,34 milhão de toneladas e rendimento médio de 3,230 mil quilos por hectare.
Produtores da região apostam no feijão
O feijão é uma das culturas que também tem ajudado os produtores a manter bons resultados no campo, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (Seab). Na safra anterior, quando foi cultivada uma área total de 95,5 mil hectares, a produção foi de 155 mil toneladas.
Neste ciclo a área cultivada estimada é de aproximadamente 97 mil hectares, com uma produção que já supera, mesmo faltando colher 15% da área, 191 mil toneladas – 23% superior ao ciclo anterior. Na 1ª safra 2007/08, foram cultivados 51 mil hectares, que rendeu uma produção de 85 mil toneladas e rendimento médio de 1,70 mil quilos por hectare. A maioria os produtores desta safra é de pequenos produtores, sendo que os municípios de Reserva e Ivaí somam 65% da área cultivada na região. Diferentemente do ciclo anterior, não choveu, permitindo uma colheita de alta produtividade e qualidade.
Já a 2ª safra, também conhecida como ‘Feijão das Secas’, que já tem 85% da área cultivada colhida, a área total deve chegar a 46 mil hectares – volume 48 maior à anterior. O rendimento médio inicial previsto era de 2,2 a 2,3 mil quilos por hectare, mas segundo informações do Deral, esses valores já chegam, em algumas, áreas a 3 mil quilos por hectare. A produção estimada inicial é de 106 mil toneladas – o dobro do ciclo anterior, que foi de 60 mil toneladas.