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Ministério da Agricultura identifica prioridades externas

O levantamento recomenda total prioridade a cinco países e regiões, além de sugerir apoio aos três complexos de produtos, carnes, sucroalcooleiro e soja.

Redação (07/01/2008)- O Ministério da Agricultura concluiu um mapa que aponta as prioridades para melhorar a ação institucional do governo na abertura e consolidação de novos mercados para o agronegócio brasileiro.

O levantamento recomenda total prioridade a cinco países e regiões, além de sugerir apoio aos três complexos de produtos – carnes, sucroalcooleiro e soja – que registraram os maiores avanços do comércio internacional entre 2000 e 2006.

Realizado por três diretorias da Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio, o estudo mostra um forte crescimento nas vendas do agronegócio brasileiro para os 25 países da União Européia, China (com Hong Kong), Europa Oriental (inclusive Rússia) e Oriente Médio (16 países, mais Egito e Turquia). Os destinos foram agrupados por similaridades de hábitos de consumo e pela logística de transporte.

Prioridade absoluta, segundo os especialistas em comércio exterior, deve ser a consolidação do mercado europeu. Muito exigente com produtos brasileiros, a UE elevou as compras em US$ 6,6 bilhões, ou 85%, nos últimos seis anos, revela o estudo. Mesmo com a ameaça de barrar a importação de cargas nacionais sob a alegação de problemas sanitários, a UE comprou US$ 14,35 bilhões do agronegócio brasileiro em 2006.

Outro mercado fundamental, segunda a análise oficial, é a China, que, somada a Hong Kong, elevou em US$ 3,7 bilhões (422%) as compras do Brasil no mesmo intervalo. As aquisições saltaram de US$ 887 milhões para US$ 4,6 bilhões.

Uma das surpresas no comércio agrícola internacional para as empresas nacionais no período foi a Europa Oriental. A região, onde incluiu-se a Rússia, aumentou suas compras em US$ 3,4 bilhões (534%) de 2000 a 2006, chegando a um total de US$ 4 bilhões.

Os 16 países do Oriente Médio, além de Egito e Turquia, também se destacaram na análise do Ministério da Agricultura: elevaram as compras de US$ 920 milhões para US$ 4 bilhões (342%).

Também merece atenção especial o mercado dos Estados Unidos, segundo os especialistas. Sozinho, o país comprou US$ 3 bilhões do agronegócio nacional em seis anos, passando a responder por US$ 5,2 bilhões em importações – alta de 130% de 2000 a 2006.

Ao mesmo tempo em que realiza o mapeamento dos principais clientes do agronegócio nacional, a Secretaria de Relações Internacionais do agronegócio prepara um ranking completo, dividido por países e produtos, com as barreiras tarifárias aplicadas aos produtos brasileiros e o ritmo de crescimento de consumo e qualidade de vida em cada mercado pesquisado.

É a chamada inteligência comercial. "Temos que aumentar o ritmo de vendas para os países e regiões onde temos menos problemas, mas também precisamos avançar em mercado mais restritos, como Japão, Coréia do Sul e Arábia Saudita", diz Benedito Rosa, diretor de Assuntos Comerciais do ministério.

Para garantir o mercado dos EUA, o Brasil deve tentar, segundo ele, um acordo parecido ao negociado com México e Canadá no tratado do Nafta. " Na América do Norte, ou temos um acordo similar ao intra-Nafta ou estaremos fora".

O resultado preliminar do novo levantamento detectou a inexistência e a precariedade de alguns acordos comerciais e sanitários assinados pelo Brasil com mercados importantes. Os problemas impedem a venda de alguns dos principais produtos nacionais ao exterior.

O estudo também revela a feroz competição com o Brasil de outros fornecedores mundiais de produtos agropecuários. Relata, por exemplo, as dificuldades das empresas brasileiras em vender ao Japão, Coréia do Sul e Arábia Saudita por causa de acordos comerciais e sanitários firmados por esses importadores com EUA, Austrália e União Européia.

"O Japão é o maior importador mundial de alimentos e, nesses seis anos, aumentou as compras do Brasil em apenas US$ 498 milhões", compara Benedito Rosa.

Os estudos, que serão apresentados a empresários para auxiliar o posicionamento estratégico das vendas mostram a necessidade de aumentar as ações de promoção, prospecção e marketing comercial no exterior. "Tentaremos dar um estímulo ao setor privado com base na análise do desempenho das exportações desses últimos anos".