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Nunca houve uma cepa tão agressiva como o H5N1, diz OIE

Evitar o contágio das aves de fazenda seria chave para controlar a infecção.

Redação AI (01/03/06)- O diretor-geral da Organização Internacional de Epizootias (OIE), Bernard Vallat, afirmou hoje que nunca houve uma cepa de gripe aviária tão agressiva como a H5N1, capaz de propagar-se por tantos países em tão pouco tempo. Vallat conversou com os jornalistas ao término de uma reunião de veterinários e outros analistas de 50 países da Europa e outros vizinhos para definir uma estratégia frente à gripe aviária.

Ao constatar que o vírus já se estendeu a “vários” países da Europa, os participantes alertaram que a propagação da infecção às aves de fazenda em outros países europeus e vizinhos é “altamente provável” e, inclusive, pode “piorar” com a chegada à Europa, durante a primavera, de pássaros “possivelmente infectados” provenientes da África e do Oriente Médio.

Na União Européia, a França foi o primeiro país a registrar um caso de H5N1 em uma granja, uma fazenda de perus situada no leste. Hoje foi divulgado um caso suspeito do vírus em um chester de granja no norte. As análises estão em curso.

Além disso, outros países da UE, aos quais a Suécia se uniu hoje, detectaram o vírus em aves silvestres.

A OIE também informou hoje sobre a detecção de um subtipo não especificado do vírus H5 em aves de granja no Azerbaidjão.

Os participantes destacaram que “todos os países”, seja qual for o estado de suas economias, devem controlar o vírus, já que se um só não o fizer “pode pôr em perigo o resto do planeta”. E concordaram que os países ricos têm “o dever” de apoiar os que não têm os meios para fazê-lo.

O veterinário-chefe da Organização da ONU para a Alimentação e a Agricultura (FAO), Joseph Domenech, ressaltou que há uma “inquietação muito grande”, devido à presença do vírus na África, onde Nigéria e Níger já registraram casos confirmados.

A existência de focos na África, onde é difícil implementar uma ação “em massa e rápida”, agrava o risco para a Europa e o mundo inteiro, destacou Domenech, acrescentando que a erradicação do vírus desde o momento da detecção “exige tempo”.

Ao alertar sobre o risco de propagação planetária da gripe aviária, o responsável da OIE disse que o vírus já circula por três continentes e que, como todos os países do mundo podem ser visitados por pássaros migratórios, todos estão “expostos”.

Evitar o contágio das aves de fazenda é “chave” para controlar a infecção no mundo, insistiu Vallat.

Por outra parte, pediu-se à Comissão Européia e a outros doadores que apóiem a criação de um laboratório de referência em Vladimir (Rússia) para a Europa do Leste.

Os analistas indicaram que a vacinação é “uma opção em casos específicos”, mas só se for praticada com uma vigilância “efetiva” poderá permitir a erradicação do mal.

Vallat especificou que a vacinação “não é a ferramenta principal”, mas é “uma ferramenta quando um país não pode fazer frente à crise” e há muitos focos.