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Paraná volta a vender soja após recuperação

Depois do tombo da soja na semana passada, as cotações se recuperaram e o produtor do Sul aproveitou para acelerar vendas.

Redação (25/03/2008)- No Paraná, o preço da saca bateu R$ 41,50 ontem, ante os R$ 40 da quinta-feira, dia 20. Uma semana antes, dia 14, esse valor atingiu R$ 44, mas ainda assim, a cooperativa paranaense Cocamar aproveitou para pôr a soja na praça e somente ontem negociou 3 mil toneladas do produto. O volume está dentro da "média diária considerada normal", segundo o superintendente comercial José Cícero Aderaldo. "Estamos em um ritmo de venda mais acelerado este ano", conta o executivo.

Ele estima que os cooperados devem entrar o segundo semestre carregando 40% da produção, percentual que nos anos anteriores ficou em torno de 50%. "Tínhamos feito muito pouco antecipado e, desde janeiro, estamos vendendo forte", diz Aderaldo.

Na última semana, as cotações da soja na CBOT recuaram mais de 9%, saindo dos 1352,75 centavos de dólar por bushel (27,215 quilos), para 1222,00 na quinta-feira passada. Ontem, a commodity fechou em limite de alta em 1272,00 centavos de dólar por bushel.
No mercado interno, os preços da saca de soja no disponível recuaram 7,9% nas principais praças (em reais), de acordo com levantamento da consultoria Céleres. Em relação ao mês passado, a queda foi de 11,5%. As maiores perdas foram identificadas em Lucas do Rio Verde, norte de Mato Grosso, onde as cotações recuaram 13,2% em comparação com o mês de fevereiro.
Em Mato Grosso, onde 80% da safra 2007/08 já foi vendida – sendo 60 pontos percentuais antes da colheita – as negociações estão paradas há quase duas semanas. Nem a recuperação dos preços entre R$ 0,50 e R$ 1 por saca fez o produtor tomar postura mais vendedora. Eduardo Godoi, analista da AgRural, explica que em Mato Grosso há pouco produto disponível para venda, diferentemente do Paraná que ainda tem mais da metade da safra para ser comercializada. "Como sobrou muito pouco, o sojicultor de Mato Grosso quer vender o melhor possível, até para ajudar um pouco na sua receita média, que não foi muito boa", detalha o especialista da AgRural.
Mas, o produtor rural é muito especulativo e altista por natureza, segundo Gonzalo Terracini, analista de gerenciamento de risco da FCStone. E é possível que já esteja com "frio na barriga" de não ter vendido a soja há algumas semanas, quando os preços estavam mais altos do que os atuais.
"Quando a saca atingiu R$ 40 em Sorriso, norte de Mato Grosso, a gente não viu um grande volume do produto ser negociada. Agora, que o preço caiu para R$ 34, todo mundo fica com frio na barriga de não subir mais", analisa Godoi.
Venda antecipada
Mesmo com preços recordes, as negociações antecipadas para a safra 2008/09 estão lentas no Centro-Oeste. O ritmo, ainda não mensurado pelo mercado, é reflexo da forte volatilidade do grão. Analistas relatam também falta de interesse das trading em negociar antecipado. "As empresas com receio de ter que fazer altos ajustes de margem em bolsa", diz Seneri Paludo, superintendente do Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola (Imea). O mercado estima que na safra atual em torno de US$ 6,3 bilhões tenham saído do caixa das tradings de soja para ajuste de preço de soja fixado em bolsa.