Redação AI (13/02/06) – Uma pequena alta em relação aos US$ 2,21 do dia anterior. Isto se deu em função de que o relatório do USDA já estava praticamente absorvido.
Mesmo assim, este relatório do USDA, divulgado neste dia 09/02, foi o principal elemento da semana. O mesmo confirmou a produção dos EUA, na última safra, em 282,2 milhões de toneladas. Ao mesmo tempo, aumentou um pouco o consumo doméstico e manteve a exportação estadunidense em 47 milhões de toneladas. Com isso, os estoques finais de milho nos EUA foram reduzidos em 1% em relação a janeiro, ficando projetados agora em 60,98 milhões de toneladas, contra 53,7 milhões no ano anterior. O preço médio para 2005/06 foi mantido entre US$ 1,75 e US$ 2,05/bushel.
Em termos mundiais, o relatório destacou uma produção de 683,8 milhões de toneladas, após 708,4 milhões um ano antes. O comércio mundial ficará em 72,7 milhões de toneladas, enquanto os estoques finais recuam para 128,2 milhões de toneladas, após 131,4 milhões em 2004/05. A produção da Argentina está projetada em 15,5 milhões de toneladas, contra 19,5 milhões no ano anterior. Ou seja, o vizinho país terá uma quebra de 4,0 milhões de toneladas. Para o Brasil, a produção de milho está projetada em 42,5 milhões de toneladas e para a China em 134 milhões de toneladas. Enfim, o Japão deverá importar 16,5 milhões de toneladas neste ano comercial, repetindo o volume do ano anterior.
Os preços não reagem mais porque a demanda interna nos EUA estaria dando maior preferência ao trigo e ao sorgo, neste momento. Graças ao etanol (combustível de milho), muito produzido nos EUA, o cereal não tem baixado mais de preço.
O mercado igualmente espera que a Argentina reduza ainda mais sua projeção de safra, após as secas localizadas, ocorridas durante janeiro naquele país. No entanto, o vizinho país ainda não tem números oficiais a respeito. Até o final de janeiro as exportações da safra 2004/05 teriam chegado a 13,9 milhões de toneladas, ficando abaixo do esperado e indicando que há um volume maior de milho disponível na Argentina.
Em termos de preços, a tonelada na Argentina ficou em US$ 116,50 C&F neste final de semana, enquanto no Paraguai o preço se manteve em US$ 85,00 FOB.
No mercado brasileiro, os preços do milho se mantiveram baixos. A média gaúcha, no balcão, bateu em R$ 15,17/saco. Nos lotes, a média no final da semana recuou para R$ 14,90/saco no norte gaúcho; para R$ 16,25 em Chapecó (SC); para R$ 14,15 em Maringá (PR); para R$ 14,50 na Sorocabana paulista e para R$ 14,75/saco na Mogiana paulista. Em relação à semana anterior, registra-se aumento em Dourados (MS), a R$ 12,75 e Goiânia (GO), a R$ 15,15/saco. Nas demais praças, o mercado ficou estável.
Com a entrada positiva da nova safra de verão, torna-se difícil vislumbrar melhoria de preços aos produtores nestas próximas semanas.
No Paraná, a colheita já teria chegado a 6% enquanto o plantio da safrinha já teria sido feito em 8% dos 939.000 hectares esperados. As lavouras a serem colhidas apresentam aspecto bom em 52% do total, aspecto ruim em 15% e regular em 33%, segundo o Deral.
Nestas condições, em muitas regiões do Brasil os preços de mercado já estariam inferiores ao preço mínimo estabelecido para a safra de verão 2005/06 (R$ 14,00/saco para o Sul, Sudeste, Paraná, Bahia-Sul, Sul do Maranhã, Sul do Piauí, Goiás, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal; R$ 11,00/saco para o Mato Grosso, Acre e Rondônia).
O consumo total de milho no Brasil está estimado em 42,8 milhões de toneladas para 2006, com um acréscimo importante diante das 39,2 milhões de toneladas em 2005. O volume estimado está muito próximo do volume a ser colhido, entre safra e safrinha, demonstrando que os estoques deverão se manter relativamente apertados, embora haja muita controvérsia quanto aos reais volumes em estoque no país.
Deste total a ser consumido, 20,5 milhões de toneladas serão pelo setor avícola; 12,7 milhões pelo setor suinícola; 2,5 milhões pela pecuária leiteira; 660.000 por outros animais; 4,3 milhões pela indústria moageira; 700.000 toneladas pela indústria de conservas e consumo humano; 304.000 toneladas são perdas e 1,1 milhão de toneladas seriam exportadas, contra 975.000 toneladas exportadas em 2005 (cf. Safras & Mercado) . Em relação ao ano passado, o consumo do setor avícola cresceria 8% e o do setor suinícola 13,8%, apostando-se numa abertura do mercado soviético ainda para fevereiro (o foco de aftosa descoberto nesta semana na província argentina de Corrientes, vizinha ao Rio Grande do Sul, poderá atrasar este processo).