Redação (20/02/06) – A Perdigão anunciou nesta sexta-feira (17/02), após aprovação de seu Conselho de Administração, sua adesão ao Novo Mercado da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), um conjunto de regras societárias reconhecidas como boas práticas de governança corporativa. Com isso, a empresa converterá suas ações preferenciais em ordinárias, buscando uma maior transparência e liquidez para acionistas e investidores, além de criar bases para o seu crescimento e sustentação de seus negócios.
Com a nova estrutura de capital, a Perdigão passará a ter controle difuso, em vez de controle único, na linha adotada com sucesso por grandes corporações internacionais.
O novo modelo faz parte de um moderno projeto dos fundos de pensão, que constituem o bloco de acionistas majoritários, para garantir a melhores resultados para os acionistas minoritários, além de contribuir para fortalecer o mercado de capitais. Para os investidores, incluindo os internacionais, o Novo Mercado representa uma oportunidade diferenciada, já que serão negociadas apenas ações com direitos igualitários.
A Perdigão adotará um mecanismo para evitar a concentração acionária a partir da adesão ao segmento. Se um acionista ou grupo de acionistas passar a controlar um volume de ações superior a 20% do total deverá realizar uma oferta pública de aquisição (OPA). Feito isso, cada ação comprada dará a seu titular uma remuneração adicional de 35% sobre o valor médio da cotação dos 90 dias anteriores à realização da oferta.
O preço da oferta também poderá ter como base o valor econômico apurado no laudo de avaliação ou, ainda, 135% do preço de emissão das ações em aumentos de capitais nos últimos 24 meses, aquele que representar maior valor.
Direitos iguais para os acionistas
Criado em 2001, o Novo Mercado é destinado à negociação de ações de companhias comprometidas com práticas de governança corporativa que se estendam além das exigências legais. Para que se possa ter uma idéia da inovação adotada pela Perdigão, a empresa é a primeira brasileira do setor de alimentos a aderir ao Novo Mercado e ficará entre as 20 empresas das 378 que têm papéis na Bolsa de Valores listadas nesse segmento.
Para migrar do Nível 1 para o Novo Mercado, a Perdigão converterá a totalidade de suas ações preferenciais,sem direito a voto, em ordinárias na proporção de uma preferencial por uma ordinária, promovendo ainda um desdobramento de 200% destas ações. Ou seja, cada ação ordinária, tanto em poder dos acionistas majoritários quanto do público, renderá outras duas ações a seu titular. A conversão é compulsória, mas os acionistas contam com garantia de direito de recesso se alguém discordar, poderá solicitar sua retirada, recebendo o reembolso correspondente ao valor patrimonial de suas ações.
Além da unificação das ações em uma única classe, o ingresso no Novo Mercado trará outras práticas nas regras societárias, ampliando e tornando iguais os direitos dos acionistas. É o caso, por exemplo, dos direitos adicionais em caso de alienação da companhia ou do fechamento de capital. Outra inovação é a adesão à Câmara de Arbitragem, que atua, com mais rapidez, na solução de eventuais conflitos societários.
Histórico de Profissionalização
Pioneirismo e inovação sempre fizeram parte da história da Perdigão. Fundada em 1934 na cidade de Videira (SC), a empresa abriu seu capital em 1980. Em 1994, um “pool” de Fundos de Pensão passou a ter o controle acionário, determinando importantes mudanças na administração da empresa.
A reestruturação societária, financeira e administrativa deu origem a uma única empresa de capital aberto – Perdigão S/A – e a uma única empresa operacional – Perdigão Agroindustrial S/A.
Em 2000, a Perdigão foi a primeira empresa brasileira de alimentos a lançar ADRs na Bolsa de Nova York. No ano seguinte, figurou no primeiro grupo de empresas com ações no Nível 1 de Governança Corporativa e, desde então, foi incluída nos principais índices da Bovespa.
Em 2001, fez parte do primeiro grupo de empresas a aderir ao Nível I de Governança Corporativa da Bovespa. Com a adesão ao Novo Mercado, a Perdigão consolida sua posição de excelência na gestão por parte dos Fundos de Pensão e espera manter o patamar de crescimento médio anual acima de 10% registrado nos últimos 11 anos.
A Perdigão encerrou 2005 com lucro líquido de R$ 360,9 milhões, valor 22,1% superior ao registrado em 2004. O lucro bruto cresceu 8%, atingindo R$ 1,5 bilhão. A companhia fechou o balanço com margens acima da média histórica em todos os indicadores, compensando as perdas verificadas com os efeitos da variação cambial. O faturamento bruto somou R$ 5,9 bilhões, crescimento de 5,5% em relação ao ano anterior.
Presente em mais de 100 países, a Perdigão possui um portfólio de mais de mil itens, destinados aos mercados interno e externo, sob as marcas Perdigão, Chester , Apreciatta, Toque de Sabor, Turma da Mônica, Batavo, Borella, Perdix e Confiança. Com 35,5 mil funcionários, conta com quinze unidades industriais de carnes e duas de soja, seis fábricas de rações e 16 centros de distribuição.