Redação (19/06/2008)- Um grupo de pesquisadores do curso de Zootecnia da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) está desenvolvendo um estudo para substituição de antibióticos promotores de crescimento por probióticos e inulina em rações para suínos. Os probióticos são microorganismos com efeitos benéficos para a saúde animal, pois contribuem para o balanço microbiano no intestino. Além dos probióticos, tem havido também um interesse crescente nos oligossacarídeos, que influenciam o estabelecimento da microflora no cólon.
Estes probióticos são definidos como “ingredientes alimentares não digeríveis que afetam beneficamente o hospedeiro, por estimular seletivamente o crescimento”. Entre eles está a inulina, um polissacarídeo não amiláceo que ocorre naturalmente como carboidrato de reserva em muitas espécies de plantas. Nesta pesquisa ela está sendo utilizada com uma especificidade para as bifidobactérias, contidas no probiótico, formando assim um simbiótico.
Segundo o professor doutor Paulo Cesar Pozza, a iniciativa de adicionar à ração o simbiótico, uma mistura de pró e prebiótico, visa proporcionar uma criação de suínos, ou aves, que atenda os requisitos para a produção orgânica, atendendo também às exigências de outros mercados consumidores, onde o uso de antibióticos promotores de crescimento em rações já é restrito. É o caso da União Européia, que não tem restrição ao uso de probióticos na alimentação animal, o que pode ser um indicador definitivo de que os probióticos são uma alternativa para alcançar uma produção animal sustentável.
O projeto que vem sendo desenvolvido na Unioeste tem um título amplo: “Avaliação de probióticos e inulina em substituição a promotores de crescimento em rações de suínos e aves (desempenho, metabolismo e microbiologia)”, e tem o apoio financeiro da Itaipu Binacional, inserido no projeto Cultivando Água Boa. “O objetivo é realizar experimentos com esta alternativa e disponibilizar para os produtores com este interesse específico”, explica o professor Paulo Cesar Pozza, coordenador do projeto, que conta com uma equipe de professores e acadêmicos do curso de Zootecnia e do Programa de Mestrado em Zootecnia da Unioeste.
A utilização de probióticos e inulina nas dietas proporciona um produto final de ótima qualidade, sem riscos ao consumidor, por se tratarem de microrganismos benéficos que não requerem um período de carência. Pozza observa que microrganismos benéficos são consumidos pelos seres humanos há muito tempo, pois Metchnikoff, no início do século passado, desenvolveu a teoria de que o efeito de microrganismos patogênicos no trato intestinal da espécie humana poderia ser minimizado pela ingestão de microrganismos benéficos, atribuindo a longevidade dos búlgaros ao consumo de leite fermentado por Lactobacillus bulgaricus.
O professor e sua equipe desenvolvem outros projetos, onde tratam da avaliação de alimentos e exigências nutricionais dos suínos, sendo que já se iniciaram as pesquisas sobre níveis de aminoácidos em rações para suínos e estão finalizando pesquisas sobre equações de predição dos valores energéticos de alimentos para suínos. Para o desenvolvimento dos projetos, atualmente conta o auxílio de órgãos financiadores como o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Itaipu Binacional.