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Pesquisadora da Embrapa atuará em Laboratório Virtual nos Estados Unidos

Janice Ciacci Zanella embarca dia 28/05 com o objetivo de desenvolver projetos de pesquisa envolvendo estudos de patogenia e imunologia de doenças virais nos suínos.

Redação (26/05/2008)- Com o objetivo de desenvolver projetos de pesquisa envolvendo estudos de patogenia e imunologia de  doenças virais nos suínos, com foco em circovírus suíno tipo 2 (PCV2) e  doenças associadas (PCVD), síndrome reprodutiva e respiratória suína (PRRS) e influenza suína (SIV), a pesquisadora Janice Ciacci Zanella atuará por dois anos no Laboratório Virtual da Embrapa no Estados Unidos – Labex EUA.

 Janice, que é pesquisadora da Embrapa Suínos e Aves (Concórdia/SC),
 empresa brasileira de pesquisa agropecuária ligada ao Ministério da
 Agricultura, Pecuária e Abastecimento, embarca no próximo dia 28 de maio
 para a cidade de Ames – Iowa. Lá, ela estará lotada no National Animal
 Disease Center (NADC), instituto de pesquisa aplicada considerado o
 maior centro de sanidade animal federal dos EUA, onde são conduzidas
 pesquisas para controlar doenças animais e garantir a segurança dos
 alimentos.

 De acordo com a pesquisadora, o trabalho no NADC está dividido em cinco
 programas de pesquisa: doenças virais e priônicas, respiratórias,
 bacterianas, doenças reprodutivas dos bovinos, segurança dos alimentos e
 doenças entéricas. “Atualmente são 45 projetos em andamento, dos quais
 32 são em sanidade animal, com o objetivo de identificar, caracterizar,
 controlar e erradicar doenças virais e priônicas. Nele são estudados os
 mecanismos patogênicos de doenças, desenvolvidos testes de diagnóstico,
 vacinas de controle de doenças virais e definidos a prevalência e
 impacto econômico de doenças emergentes virais”, explicou Janice.

 Durante o período em que a pesquisadora estará no Labex EUA pretende
 participar em cada área de pesquisa e selecionar uma para sua maior
 colaboração. “O resultado que espero deste trabalho é o aperfeiçoamento
 das pesquisas básicas e aplicadas na Embrapa, de olho na excelência na
 área de investigação em sanidade animal”, comentou. Quem será o maior
 beneficiado com este trabalho? “Serão os produtores, as agroindústrias e
 o país. Os benefícios econômicos virão do diagnóstico rápido e
 específico, uma vez que o reconhecimento correto de doenças é princípio
 básico do delineamento de estratégias de controle e redução de perdas

 econômicas. Também influenciará no controle do trânsito e
 comercialização de animais e produtos”.

 Para apontar alguns dados de como o trabalho de pesquisa pode auxiliar a
 questão econômica, Janice cita que com a adoção das tecnologias a serem
 estudadas e aperfeiçoadas espera-se reduzir em pelo menos 50% o impacto
 econômico da circovirose no setor produtivo, o que representa mais de 15
 milhões de reais por ano somente na região Sul.

 Além de aprofundar nessa linha de pesquisa, Janice também atuará na
 prospecção de oportunidades de intercâmbio entre pesquisadores da
 Embrapa e do Agricultural Research Service (ARS), órgão do Departamento
 de Agricultura dos EUA. “A proposta é a de promover uma parceria de
 longa duração entre o ARS e a Embrapa, pois a cooperação internacional é
 importante no entendimento e controle de doenças de alcance mundial”,
 enfatizou.

 Outra oportunidade que a pesquisadora vislumbra com este trabalho no
 Labex EUA é a contribuição da Embrapa Suínos e Aves, juntamente com
 empresas privadas, no desenvolvimento de uma vacina de tecnologia
 nacional utilizando microorganismos (PCV2) isolados de plantéis
 brasileiros. “O isolamento foi feito pela Unidade pela primeira vez no
 Brasil, que hoje é referência, domina a tecnologia e mantém diferentes
 isolados nacionais, seqüenciados e caracterizados molecularmente”,
 confirma a pesquisadora.

 O que é o Labex – O Laboratório Virtual da Embrapa no Exterior (Labex)
 foi instalado nos Estados Unidos em 1998, com o apoio do ARS, para
 atuação no fortalecimento e ampliação da cooperação científica e
 tecnológica entre os pesquisadores das duas instituições e de
 universidades brasileiras e americanas. O primeiro coordenador do
 Labex-EUA foi o atual diretor-presidente da Embrapa, Silvio Crestana,
 seguido do pesquisador Airdem Assis. Atualmente, o coordenador é o
 pesquisador Félix França.