Redação (01/04/2008)- Os protestos que os ruralistas argentinos pretendem manter no país serão restritos aos caminhões carregados com grãos. Os piquetes vão continuar pelo menos até a próxima quarta-feira (02-04), mas poderiam se estender mais em caso de que o governo não abra o diálogo com o setor para discutir as medidas anunciadas hoje pelo ministro de Economia, Martín Lousteau. A objeção central dos dirigentes das entidades ruralistas é de que a política geral agropecuária precisa de uma revisão e que não existe confiança por parte dos agricultores de que o governo vai cumprir com a devolução dos pagamentos dos impostos de exportações, as retenções.
"Não cumpriram com as compensações aos leiteiros e com muitos outros produtores, e não confiamos que vão cumprir desta vez", afirmou um dos líder dos ruralistas, Alfredo DAngelis, de Gualeguaychu, da província Entre Rios, na rodovia do Mercosul. A recomendação das entidades é de que a partir desta terça-feira (01-04), os piquetes deixem passar todos os caminhões contendo alimentos, exceto os que estejam carregados com grãos. Também na província de Córdoba, os produtores decidiram nessa segunda-feira, em assembléia, pela continuidade dos protestos.
Pela terceira vez, o discurso da presidente da Argentina, Cristina Kirchner, causou mal estar entre a população e foi rejeitado pelos agricultores. A maioria não entendeu a mensagem da presidente. "Cristina está falando em bonaerense (da Província de Buenos Aires) e nós somos só chacareiros, não entendemos sua linguagem", disse um agricultor de Córdoba. Embora no interior a disposição seja de manter os piquetes e os protestos, as entidades em Buenos Aires pedem calma e serenidade, porém firmeza.