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Prêmio para soja convencional quadruplicou em sete anos

A Agrenco há poucos anos começou a incentivar o produtor brasileiro a plantar o grão por meio de descontos na venda de pacotes tecnológicos (semente, fertilizante e defensivo).

Redação (18/01/2008)- Líder na comercialização de soja livre de Organismos Geneticamente Modificados (OGMs) no mercado europeu, a Agrenco há poucos anos começou a incentivar o produtor brasileiro a plantar o grão por meio de descontos na venda de pacotes tecnológicos (semente, fertilizante e defensivo). O market share da companhia na Europa é de 50% para a soja em grão e de 40% para o farelo. "Com a redução da área de soja convencional no Brasil, esses prêmios se fortaleceram", diz Fábio Russo, diretor-geral da Agrenco Itália, que não soube informar o valor da vantagem que a empresa concede ao produtor no Brasil.

Ele conta que, no mercado europeu, o ágio pela soja convencional começou a ser formado por volta do ano 2000 em valores próximos de 20 centavos de dólar por bushel (cerca de 4% do valor do produto). Ao longo dos anos, com o recuo da oferta desse tipo de grão, esse valor foi fortalecido e desde o ano passado se sustenta em algo próximo de 80 centavos de dólar por bushel, em torno de 6% do valor da commodity.

Russo acredita ser difícil avaliar qual o limite desse prêmio, ou seja, o momento em que a demanda passa a recuar. "Quando a soja estava US$ 8 o bushel na Bolsa de Chicago (CBOT), esse prêmio representava 10% do valor da soja. Hoje, com a soja a US$ 13, recuou para 6%. Se a demanda recuar, não será pelo prêmio, mas pelo próprio preço da soja que está alto", avalia Russo.

A maior parte da soja livre de OGMs originada pela Agrenco vem de Mato Grosso, estado onde há a maior oferta desse tipo de grão. Sobre o repasse de parte desse prêmio ao produtor há controvérsias. O presidente da Associação dos Produtores de Soja do Estado (Aprosoja), Rui Prado, diz que não. Mas, segundo Fernando Muraro, da consultoria AgRural, esse prêmio existe e, inclusive, aumentou na safra passada. Até 2006, esse ágio não passavam de R$ 1 por saca ao produtor do Médio Norte, vantagem que subiu para 1,50 a R$ 1,70 (cerca de 6% do valor da saca) em 2007.