Redação (06/02/06) – Única empresa exportadora de alimentos em Ponta Grossa, a Sadia produz hoje cerca de 2,5 toneladas de produtos em cinco linhas. Parte da produção de sopas, pratos prontos, pizzas, massas e doces Miss Daisy têm como destino o mercado interno e parte o externo. As exportações atingem mais de 100 países, sendo que os principais clientes estão na América Latina, Oriente Médio e Rússia. A série de reportagens Made in PG, do Diário dos Campos, traz hoje o comportamento do setor alimentício que é representando no Município pela Sadia, empresa que deu iniciou a operação de industrializados em 1998.
Posicionada entre as 65 maiores indústrias exportadoras da cidade, a Sadia responde por quase 90% dos US$ 183,51 milhões exportados pelas empresas alimentícias da região. Para atender a demanda do mercado externo, a empresa projetou o Centro de Distribuição, voltado à estocagem de produtos destinados ao exterior. O Centro, um dos mais avançados do gênero no País, foi inaugurado em março de 2005 e, segundo a empresa, possibilitará atender com maior agilidade seus 200 clientes internacionais.
Refletindo o que há de mais avançado em tecnologia no País, o Centro recebeu, na época, investimento de R$ 30 milhões. Apesar de ser totalmente automatizado, gerou 110 empregos diretos, que se somaram aos 1 mil que a marca mantém na cidade.
O Centro permitiu ainda à empresa a capacidade de carregar 200 toneladas por dia de alimentos, produtos que seguem rumo aos portos de Paranaguá e Itajaí (SC). Podem ser carregados simultaneamente cinco contêineres e sete carretas.
Essa movimentação já exigiu investimentos por parte dos governos federal e municipal no bairro de Uvaranas, onde está instalada a Sadia. O Contorno Leste, trecho que liga essa região a BR-376, facilitando o tráfego dos caminhões e carretas, recebeu recursos federais da ordem de R$ 2,5 milhões, com contrapartida municipal. Parte desse montante já foi investido na obra que hoje está parada, uma vez que, a Prefeitura se prepara para abertura de concorrência pública para construção de uma ponte no trecho.
Ampliação – Com a previsão de crescimento das exportações, a empresa não descarta a possibilidade de, em breve, estar ampliando a capacidade de estocagem do Centro, que tem hoje 8 mil metros quadrados de área construída e capacidade para 11 mil posições de pallets ou 10 mil toneladas de produtos. A expectativa da Sadia para esse ano com relação ao mercado exterior é de aumento de 15% no volume exportado.
A área total ocupada pela fábrica hoje é de 134,31 mil metros quadrados, sendo que a parte construída, que inclui duas fábricas, prédios auxiliares e o Centro, tem 40,37 mil metros.
Exportação garante resultados positivos
Preparando-se para divulgar nos próximos dias o resultado de 2005, a Sadia antecipa que as exportações garantiram à empresa bons números no ano passado. A previsão é que os negócios no exterior tenham crescido 17% quando comparados com 2004. Até setembro de 2005, o faturamento bruto com exportações somou R$ 3,1 bilhões. A meta da Sadia era de crescer 15% na receita bruta na comparação com o faturamento acumulado de 2004 (R$ 7,3 bilhões, sendo 51% provenientes das vendas internas e 49% das externas). Quanto as previsões para 2006 a marca quer crescer 13% no mercado interno e elevar as vendas cerca de 15% no exterior.
Mais R$ 150 mi serão investidos no Paraná
A Sadia pretende investir esse ano mais R$ 150 milhões no Paraná. Parte desse valor será usado para ampliar a capacidade de armazenagem em Ponta Grossa. Vamos dobrar a capacidade de estocagem na unidade do Município, afirmou Walter Fontana Filho, presidente do Conselho de Administração da Sadia, em janeiro último quando anunciou ao governador Roberto Requião os planos da empresa. Estarão recebendo investimentos também as fábricas de Toledo e Francisco Beltrão. Queremos ampliar a fábrica de lingüiça, dobrar a capacidade de abate de perus, no Sudoeste do Estado e, assim, investir mais no Porto de Paranaguá. São muitos investimentos em diversas áreas para aumentar a capacidade produtiva, disse. Além disso, a empresa vai transferir parte do centro administrativo de São Paulo para Curitiba e contratar 250 novos funcionários.
Centro tem câmara fria controlada por robôs
Com tecnologia de última geração, o Centro de Distribuição da Sadia utiliza robôs na câmara fria. Os pallets ao entrarem na unidade de armazenagem são medidos e pesados por sensores. Se a carga apresentar problema é transferida para uma área de verificação. As cargas aprovadas são transferidas para a câmara fria, com temperatura constante de 27C negativos. Dentro dela, todo o trabalho passa a ser feito por quatro robôs, com a mais avançada tecnologia.
O processo automático de endereçamento segue critérios de gerenciamento inteligente, possibilitando aos robôs a colocação exata do produto na estocagem vertical, bem como a leitura do dia e da hora em que ele deve ser retirado. Os transelevadores, como são chamados, distribuem os produtos conforme o giro de cada um. Assim, os de menor movimentação são colocados ao fundo os de giro alto bem mais próximo do embarque. Dentro da câmara, são 24 horas ininterruptas de trabalho.
Ramo de alimentos em Ponta grossa
A Sadia é a única empresa exportadora do Município na área de alimentos. A empresa produz, na cidade, pratos prontos, sopas, pizzas, massas e a linha de doces Miss Daisy.
A produção é de 2,5 mil toneladas de produtos por mês.
Os principais destinos dos industrializados são o Oriente Médio, Rússia e América Latina. Só em 2005 a fábrica respondeu por quase 90% dos US$ 183,51 milhões exportados pelas indústrias alimentícias da região.
A empresa emprega mais de 1.100 trabalhadores. A Sadia está entre as 65 grandes indústrias exportadoras do Município.
No Paraná, a empresa mantém o Centro de Distribuição em Ponta Grossa. Para tanto, precisou investir cerca de R$ 30 milhões em 2004.