Do outro lado da fronteira não existem impostos especiais sobre as exportações de produtos agrícolas. Além disso, ao contrário do que ocorre na Argentina, os governos da região não aplicam costumeiramente políticas de restrição total às vendas de produtos agropecuários ao exterior, tal como acontece com o trigo e a carne bovina argentina.
Segundo o jornal portenho Clarín, alguns dos grandes grupos agropecuários da Argentina estão desembarcando em terras brasileiras para adquirir dezenas de milhares de hectares.
Entre eles, estão os grupos Grobocopatel (o maior produtor de soja da Argentina), Cresud, El Tejar e MSU. Segundo o jornal, os argentinos são atraídos por isenções tributárias para a exportação de soja no Brasil.
Mas, a tendência de atravessar a fronteira é mais forte no caso do Uruguai, para onde os argentinos estão indo em massa. Segundo estimativas do governo uruguaio, a área cultivada de soja no país crescerá 9% em 2008, chegando a 400 mil hectares.
Autoridades uruguaias admitem que esse crescimento está sendo proporcionado pelos investimentos realizados por agricultores da Argentina, que controlam atualmente metade da produção da soja do Uruguai.
Além da ausência de impostos sobre as exportações agrícolas, o Uruguai conta com a vantagem de terras baratas e previsibilidade na política econômica. Mas, a crescente presença de argentinos na produção agrícola uruguaia está levando políticos desse país a solicitar ao governo que “coloque limites”.