Redação (26/06/2008)- O governo do Estado viabiliza o programa paranaense de biocombustíveis, criado por decreto em 2003, com a entrega de um pacote tecnológico que inclua o pequeno agricultor familiar num projeto de exploração de mini e pequenas usinas para o processamento do biodiesel. Os avanços do programa foram incluídos entre os temas apresentados pelo secretário da Agricultura e do Abastecimento, Valter Bianchini, pelo presidente do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), José Augusto Pichetti, e pelo pastor Werner Fucks nesta terça-feira (24) na Escola de Governo.
O programa paranaense de bioenergia avança em duas frentes: uma é a integração ao programa nacional de biocombustíveis que eleva a alíquota da mistura ao óleo diesel a partir de julho. De outro lado, o Paraná é o maior produtor nacional de óleo com capacidade para produção de mais de 12 milhões de toneladas de oleaginosas entre soja, mamona, girassol, amendoim, canola. “Temos capacidade de suprir acima de 22% da demanda nacional, o que dá uma participação importante para o Paraná”, disse o secretário Bianchini.
O projeto está sendo impulsionado pelos conhecimentos técnicos da Secretaria da Agricultura e suas vinculadas, como Iapar e Emater, e também do Tecpar e Copel. O governador Roberto Requião manifestou uma preocupação aos pesquisadores do Iapar, para aprofundar as pesquisas sobre o crambe, uma oleaginosa que entra na preferência de grupos portugueses e espanhóis que querem investir na instalação de usinas no Paraná.
Outra recomendação do governador ao programa paranaense de bioenergia é a pesquisa com variedades de mamona que permitam a colheita mecânica da planta. A pesquisa já existe no Brasil e pode ser aprofundada. “A colheita mecânica vai viabilizar definitivamente a produção barata de mamona no Brasil, que perdeu terreno para os países asiáticos”, destacou.
Outras culturas
Entre os avanços do programa, o secretário Bianchini citou os resultados do Iapar com o zoneamento agrícola já aprovado pelo Ministério da Agricultura para cultivo do girassol, amendoim e a mamona, além da soja, que sinaliza a tendência de descentralização de uso da matéria-prima. O programa paranaense trabalha com a necessidade da segurança alimentar, mas também a diversificação da matriz energética. O Paraná já conta com três usinas para fabricação de biodiesel em Rolândia, que produzem juntas 60 milhões de litros. Ainda este ano deverão ser instalada duas usinas de grande porte em Marialva e Palmeira. Esses investimentos visam a adequação do Paraná à determinação do governo federal que a partir de julho eleva de 2% para 3% a obrigatoriedade da mistura de biocombustível ao óleo diesel no País.
Em recente ida à Itália, o secretário visitou o Centro da Case New Holland, em Módena, onde são fabricados motores adequados para receber 100% de biodiesel, que chegam a Curitiba em julho.