Redação (27/06/2008)- A suspensão comercial de três abatedouros de aves ontem pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) acusados de vender frango congelado com excesso de água na carcaça, não afetará o abastecimento no mercado doméstico. De acordo com fontes do setor, o mercado de frango no Brasil é muito pulverizado e os três abatedouros juntos não devem responder por mais de 1% da produção mensal no País – que é de 450 milhões de frangos. Dois deles estão localizados em Minas Gerais e um em São Paulo.
As informações de que grande parte dos frigoríficos trabalham acima do limite de 6% do peso total de água na carcaça do frango já são de conhecimento de boa parte do setor há pelo menos cinco anos. Mas o clima de ceticismo em relação a uma punição exemplar ainda impera. Segundo o Mapa, nos últimos três anos, 77 abatedouros foram autuados. Mas nenhuma medida concreta foi tomada efetivamente.
Segundo foi apurado, essas fiscalizações mexem com a competitividade do setor e para que elas tenham efeito, existe a reivindicação de que seja realizada uma ação nacional similar no mercado interno para que todas as empresas que ultrapassam os limites sejam penalizadas.
Após o término das investigações do Dipoa, o relatório será encaminhado ao Ministério Público, que poderá aplicar multa às empresas de acordo com o potencial lucro que tiveram com a fraude. Segundo o Mapa, em Santa Catarina, um abatedouro de aves foi multado em R$ 1,5 milhão depois de comprovada a irregularidade.
Punição a avícolas não deverá afetar as vendas
As empresas Avivar Alimentos S.A. (SIF 960) e Real Alimentos Ltda (SIF 2478), de Minas Gerais, e Vigor Alimentos Ltda (SIF 2464), de São Paulo foram denunciadas na última quarta-feira pelo Procon do Espírito Santo.