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Região Central mineira mostra potencialidade para o milho

O tipo de semente que predomina na região é o híbrido duplo, diferentemente da maior parte do País, onde os híbridos simples (mais produtivos, mas que têm semente mais cara) são a maioria.

Redação (20/06/2008)- Foram divulgados nesta sexta-feira, 20 de junho, os resultados do concurso de produtividade de milho da região Central de Minas Gerais. Na categoria "agricultor familiar – grão", Alberto Valney Alves da Silva, de Matozinhos, venceu com 12.960 kg/ha; em "agricultor familiar – silagem", o campeão foi Mauro Alves Ferreira, de Esmeraldas, com 25.095 kg de matéria seca/ha; na categoria "agricultor empresarial – silagem", quem ganhou foi Sebastião Cabral Filho, de Baldim, com 21.578 kg de matéria seca/ha; e na categoria "jovem rural – grão", novidade desta edição, o campeão foi Thiago Junio Moreira Cota Cruz, de Funilândia, com 10.426 kg/ha.

O pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG) José Carlos Cruz avaliou os resultados do concurso. Segundo ele, este tipo de ação, coordenada pela extensão rural, é importante porque permite a troca de experiências entre os produtores rurais. José Carlos afirmou que o tipo de semente que predomina na região Central do estado é o híbrido duplo; diferentemente da maior parte do país, onde os híbridos simples (mais produtivos, mas que têm semente mais cara) são a maioria. Ele mostrou o alto potencial produtivo para o milho na região, afirmando que, em relação ao concurso anterior, aumentou nesta edição a porcentagem de produtores que obtiveram mais de 10 toneladas por hectare.

O pesquisador da Epamig José Joaquim Ferreira falou sobre qualidade da silagem de milho. Segundo ele, o ponto ideal de colheita do milho para este fim é quando ele está com 30% a 35% de matéria seca. Uma das formas de o produtor saber esta porcentagem é observando, visualmente, o grão de milho, que não deve estar nem leitoso nem duro. Encontrar o ponto correto de colheita é importante porque, se colhido antes, o milho ainda não terá enchido seus grãos e, portanto, não tem ainda a quantidade ideal de amido.

Sólon Viana, da Santa Helena Sementes, lembrou que, antes de qualquer coisa, o produtor deve fazer uma análise do solo de sua propriedade. Baseado nos resultados da análise, o produtor tem melhores condições de planejar sua lavoura. Entre os cuidados no plantio, estão o adequado preparo do solo, o uso correto de discos e anéis na plantadeira, a regulagem adequada da quantidade de adubo a ser aplicado e a profundidade em que a semente deve ser plantada – o indicado é entre 3 e 5 cm.

Já José Lourenço, da Bayer CropScience, lembrou a importância do tratamento adequado da semente e, sobretudo, da segurança ao se executar esta técnica. Segundo ele, o tratamento de sementes adia a necessidade de pulverização e, em alguns casos, o produtor chega a economizar uma aplicação. José Lourenço disse ainda que o manejo de pragas é outro fator a que o produtor deve ficar atento, não deixando passar a hora ideal de executá-lo.

Walfrido Albernaz, da Emater da região de Sete Lagoas, afirmou que vale a pena o produtor investir na cultura do milho, cujo mercado tem demandado mais produção. Ele comparou os resultados do concurso com a média da produtividade da região, que gira em torno de 4.000 kg/ha. Sobre os números do concurso, Walfrido disse que a participação aumentou a cada edição: dos 20 iniciais (na safra 2005/2006), a quantidade de produtores passou para 87 na segunda edição (safra 2006/2007) e, nesta terceira, chegou a 113. Deste total, 83 são agricultores familiares e 30 são considerados empresariais. Participaram produtores de 17 municípios da região de Sete Lagoas. A divulgação dos resultados aconteceu no auditório do Lanagro (Laboratório Nacional Agropecuário), em Pedro Leopoldo.