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Região dos Campos Gerais perde R$ 51 milhões com a ferrugem

Os problemas com a doença começaram a aparecer na segunda quinzena de março, já que as condições climáticas, como as baixas temperaturas e chuvas escassas, favoreceram seu aparecimento.

Redação (14/04/2008)- A ferrugem asiática já causou estragos nas lavouras de soja na região dos Campos Gerais na safra 2007/08. O prejuízo calculado pelo Departamento de Economia Rural, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (Seab), já atinge aproximadamente R$ 51,1 milhões. Em função disso, a produtividade caiu de 3,250 mil quilos por hectare para 3,100 quilos por hectare, reduzindo a produtividade de 100 a 150 quilos por hectare – o que representa uma perda de aproximadamente 5% da produção total dos Campos Gerais, que equivale a 70 mil toneladas do grão.

Conforme o engenheiro agrônomo da Seab em Ponta Grossa, José Roberto Tosato, as perdas são significativas nesta safra. Os problemas com a doença começaram a aparecer na segunda quinzena de março, já que as condições climáticas, como as baixas temperaturas e chuvas escassas, favoreceram o aparecimento da ferrugem asiática.

Em função disso, Tosato calcula que 60% dos produtores de soja na região fizeram as pulverizações fúngicas preventivas. No ciclo anterior os prejuízos nas lavouras foram em função da estiagem, condição que não é muito favorável para a ocorrência da ferrugem asiática, ocorrendo, portanto, em menores condições. Para minimizar os problemas causados pela ferrugem asiática, os produtores do Paraná também terão que aderir ao vazio sanitário da soja, período de proibição de soja no campo durante a entressafra.

Além do Paraná, outros oito estados brasileiros terão que respeitar o período determinado. A regra geral é a proibição de cultivo de soja no período estabelecido e também a eliminação de soja voluntária ou tigüera – que são as plantas originárias dos grãos caídos no solo. Segundo Tosato a obrigação é valida para evitar a doença. Na região dos Campos Gerais, cerca de 90% dos produtores fazem a cobertura verde do solo, após a colheita da soja, com aveia preta, e combatem, desta forma, o solo da erosão no inverno, como também fazem o controle natural de ervas daninhas.

Os que não fazem tal procedimento contribuem com a germinação da soja remanescente e que, posteriormente, pode ser destruída com as geadas. Na avaliação do engenheiro Tosato, a obrigação é válida para a região, mas terá mais impacto em regiões quentes, como Jacarezinho, Foz do Iguaçu, Cornélio Procópio, Cascavel e Maringá, onde as geadas são menos freqüentes. “O importante é não deixar o solo em pousio, pois uma área sem cultura estabelecida facilita o desenvolvimento de plantas daninhas ou mesmo da soja voluntária”, finaliza.

Vazio Sanitário: Medida é estratégia de combate

Para a pesquisadora da Embrapa Soja, Claudine Seixas, o vazio sanitário é uma estratégia adicional no manejo da ferrugem asiática da soja, que objetiva reduzir a quantidade de esporos do fungo no ambiente, e desta forma, inibir o ataque precoce à soja durante a safra. O pesquisador Fernando Adegas, da Embrapa Soja, orienta o produtor que não semear trigo ou milho, na sucessão da soja, a optar por culturas de cobertura, respeitando as características de cada região.

O vazio sanitário foi implantado, em 2006, em Mato Grosso e em Goiás e, a partir de 2007, foi adotado também pelo Mato Grosso do Sul, Tocantins, São Paulo, Minas Gerais e Maranhão, seguindo instruções normativas estaduais. A partir de 2008, PR e BA também passam a adotar o vazio.