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Regras e pesquisas coordenadas pelo Mapa reforçam sistema de produção orgânica

Dados do Ministério indicam que cerca de 15 mil produtores orgânicos atuam no País, em área de, aproximadamente, 800 mil hectares na produção agropecuária e mais dois milhões de hectares em extrativismo.

Redação (03/06/2008) – O estabelecimento de regras para garantir qualidade ao consumidor de orgânicos e o desenvolvimento de pesquisas são linhas de ações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para estimular a produção orgânica brasileira. A informação foi prestada pelo coordenador de Agroecologia do Mapa, Rogério Dias, no encerramento da Semana dos Orgânicos, em Brasília, nesse domingo (1º). O evento aconteceu simultaneamente no DF e 24 estados.

Dados do Mapa indicam que cerca de 15 mil produtores orgânicos atuam no País, em área de, aproximadamente, 800 mil hectares na produção agropecuária e mais dois milhões de hectares em extrativismo.

Rogério explicou que, desde 2003, o ministério está investindo fortemente na agricultura orgânica em dois caminhos. O primeiro é a criação de regras para o setor. “Começamos com a Lei de Orgânicos, Nº 10.831/2003, depois o Decreto nº 6.323/2007, que regulamentou a lei e agora estamos na fase de consulta pública das Instruções Normativas que complementam essa regulamentação, para que as regras sejam claras para toda a sociedade”, acrescentou. 

Outra linha de ação é a promoção do desenvolvimento da agricultura orgânica. Nesta se destacam a pesquisa para solução de entraves tecnológicos, tendo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) como principal parceira;  a promoção comercial de eventos como a Semana dos Alimentos Orgânicos e a participação em feiras, quando os técnicos e produtores podem mostrar aos consumidores o que é de fato o produto orgânico.

Comissões Estaduais – As ações do Mapa para o crescimento da agricultura orgânica contam com as Comissões da Produção Orgânica em todas as unidades da federação, que integram representantes de entidades públicas e privadas de forma paritária. “É uma rede de quase 400 organizações governamentais e não-governamentais, para difundir e organizar o setor”, frisou.

Educação – A educação é outro caminho para consolidar o setor de orgânicos. Parceria com os ministérios da Educação (MEC), da Ciência e Tecnologia (MCT), do   Meio Ambiente (MMA) e do Desenvolvimento Agrário (MDA) estão trabalhando  propostas para aperfeiçoar o ensino e preparo de profissionais para a atuação seguindo os princípios agroecológicos.

O Mapa vem promovendo trabalhos de esclarecimento e conscientização junto a instituições de ensino em todos os níveis. Rogério Dias ressaltou o lançamento da disciplina de Agricultura 1, no curso de Agronomia da Universidade de Brasília (UnB).

Orgânico – Para conceituar alimento orgânico deve se remeter à propriedade e ao sistema orgânico de produção. As propriedades orgânicas buscam diversificar e integrar a produção para criar ecossistemas mais equilibrados e que ajudem a manter a biodiversidade. “O produto orgânico tem toda uma vinculação com os aspectos ambientais e sociais. Não usa agrotóxicos, nem fertilizantes sintéticos, solúveis, para manter a qualidade do solo e do ambiente”, enfatizou. 

“Investir em orgânicos é investir em saúde”, resumiu o coordenador de agroecologia do Mapa. Ele citou estudo da União Européia divulgado na semana passada, comprovando que o leite orgânico é muito mais nutritivo do que o convencional. “Aquilo que se falava agora começa a ter comprovação científica e o fato de trabalhar a nutrição integral da propriedade, acaba gerando também produtos mais ricos, vivos e nutritivos”, acentuou.