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Sadia investe R$ 600 milhões em SC

Empresa irá construir no Estado um novo abatedouro de aves e suínos. Em até 10 dias haverá a definição do local da nova unidade.

Redação (11/02/2008)- O Planalto Norte está se confirmando como o novo eldorado para o agronegócio. Depois da unidade da Avita entrar em operação em novembro, em Itaiópolis, e a Coopercentral anunciar a construção de um frigorífico de R$ 400 milhões em Canoinhas, a Sadia vai investir R$ 600 milhões na região.

A empresa define em até dez dias, onde vai construir a nova unidade. A opção é por Mafra ou Itaiópolis. O anúncio da decisão está na dependência das últimas análises técnicas, revela o diretor jurídico e de sustentabilidade, Alfredo Felipe Luz Sobrinho. A agroindústria abater 300 mil frangos por dia e mais 5 mil suínos por dia. O novo empreendimento vai garantir emprego para 3 mil a 4 mil trabalhadores.

O projeto prevê a exportação de 90% do volume e deriva da certeza de que os mercados externos vão se abrir para as carnes brasileiras. O executivo explica que a produção se destinará a países da União Européia e, principalmente, para o Japão e Coréia do Sul. Executivos da companhia vão se reunir, na segunda-feira, em almoço, com o prefeito de Mafra e com técnicos do governo estadual, liderados pelo secretário de Assuntos Estratégicos, Alexandre Fernandes, para receber dados finais que antecederão o anúncio. A unidade vai gerar forte aumento de receitas tributárias e criar movimento econômico expressivo para a região, por conta do surgimento de negócios e serviços paralelos a este empreendimento. A elevação do nível de emprego também contribuirá para aumentar a riqueza.

Como a produção será quase toda exportada, o recolhimento de ICMS derivado do negócio será baixo. Pelo contrário: a Sadia ficará credora, por conta do que estabelece a legislação federal. O assunto está sendo analisado com especialistas em tributação da Secretaria da Fazenda. No encontro de segunda-feira, a Sadia receberá as últimas informações da Prefeitura de Mafra para avaliar vantagens que oferece. Encontro semelhante já aconteceu em Itaiópolis.

As obras da futura unidade ficam prontas em um ano e meio, após a definição do município que sediará a agroindústria. Aspectos que continuam sendo reavaliados são a disponibilidade adequada de água, de energia e de estrada de ferro em cada um dos municípios. A disputa entre Mafra e Itaiópolis vai aos detalhes.

Para este ano, a empresa planeja investir R$ 1,6 bilhão, destinado à expansão da capacidade produtiva no Brasil e no exterior, tecnologia de informação, infra-estrutura de distribuição e matrizes. Entre os destaques estão as fábricas de produtos industrializados em Pernambuco e nos Emirados Árabes Unidos, um novo frigorífico de bovinos e a conclusão da unidade de Lucas do Rio Verde (MT).

Novos negócios estão mudando o perfil da economia regional

O agronegócio está sendo o motor do renascimento do Planalto Norte, uma das regiões mais pobres do Estado, depois de décadas adormecida em razão da exaustão dos ciclos da erva-mate e da madeira. Só nos últimos três meses foram anunciados investimentos de mais de R$ 1 bilhão na construção de novos frigoríficos. Quando entrarem em operação, a partir do próximo ano, devem ser mais de 7 mil novas oportunidades de trabalho com carteira assinada. Só no ano passado, as quatro maiores cidades da região fecharam 1.084 empregos.

A disponibilidade de grãos, a proximidade de portos como Paranaguá, Itajaí, Navegantes, São Francisco do Sul e o futuro porto de Itapoá, e de rodovias que fazem a ligação com os principais centros consumidores do País estão servindo de incentivos para atrair investimentos à região.

A Coopercentral Aurora está aplicando R$ 428 milhões – R$ 300 milhões nas obras físicas e R$ 128 milhões para capital de giro 0 para produzir aves, com previsão de início das obras para março e conclusão em 18 meses. Serão necessários de mil a 1.100 criatórios de aves instalados em raio de 60 quilômetros para suprir a demanda de matéria-prima desta futura indústria, que abaterá 300 mil aves por dia. Cada criatório custa, em média, R$ 120 mil.

A região está se tornando a nova fronteira agrícola do Estado. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre 1997 e 2006, a área plantada de milho na região cresceu 18,44%.

No Estado, a expansão foi de 2,55%. A área de soja se expandiu 114,95%. No Estado, o aumento foi de 75,93%. Os dois produtos são as principais matérias-primas para a produção de ração utilizada na alimentação de frangos e porcos. Em Canoinhas, uma das principais cidades da região, chegou a haver filas de espera de até 45 dias para a entrega de tratores e colheitadeiras. Empresários estão investindo na construção de aviários.