Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Setor avícola nacional reivindica isonomia na importação de milho

Enquanto não houver estabilidade e tranqüilidade na oferta de milho no mercado interno, setor irá manter suspensão em novos investimentos e redução na produção de frango de corte.

Redação (03/03/2008)- O setor avícola brasileiro está se mobilizando para a isonomia na tributação para a importação de milho, principal insumo para a atividade. Enquanto a situação da oferta do milho no mercado interno não for resolvida, trazendo equilíbrio e tranqüilidade para o setor, representantes dos principais estados produtores de frango de corte do país – Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo e Minas Gerais, que juntos representam cerca de 80% da produção nacional de frango, anunciaram que os novos investimento do setor estão sendo revistos, o que deve trazer reflexos na produção, diminuindo o abate de aves no Brasil. O setor avícola nacional está agendando uma audiência com o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, que acontecerá na próxima semana. Na pauta da reunião, o setor irá propor que as mesmas regras existentes hoje para a exportação de milho sejam adotadas para a importação do grão. Pela política tributária vigente hoje, o milho exportado não recolhe PIS, COFINS ou ICMS e ainda recebe subsídio no frete, enquanto para a importação há diversas barreiras tributárias e burocráticas.

A preocupação do setor é se resguardar de uma possível falta de oferta de milho no mercado interno. Estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) projeta que a safra 2007-2008 de milho no Brasil seja de 53 milhões de toneladas, com o consumo interno estimado em 44 milhões de toneladas. “No ano passado, foram exportados cerca de 11 milhões de toneladas de milho pelo Brasil, estimulado principalmente pela produção de biosiesel nos Estados Unidos. Por isso, precisamos propor alternativas para equilibrar essa conta e não correr o risco de falta de oferta no mercado interno do cereal, principal insumo para a avicultura e suinocultura”, alerta do presidente do Sindicato das Indústrias dos Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) e vice-presidente regional da União Brasileira de Avicultura (UBA), Domingos Martins.

 Segundo Domingos Martins, a reivindicação do setor não visa desvalorizar o produto brasileiro, mas sim resguardar a atividade avícola para um ambiente de competitividade que favoreça novos investimentos e o cumprimento de contratos firmados com o mercado internacional. “Reconhecemos que o milho produzido no Brasil é de excelente qualidade, mas é importante a criação de mecanismos para manter a cadeia estável quando necessário”, afirma. Alguns mercados são tidos como estratégicos para uma possível importação do grão pelos produtores brasileiros: o Paraná poderia importar milho do Paraguai, o Rio Grande do Sul da Argentina e os estados do Sudeste do Canadá.

Momento é de retração nos investimentos

Enquanto o governo federal não anuncia alternativas para tranqüilizar o mercado produtor de frango de corte do Brasil, hoje o mais importante na carga do agronegócio brasileiro, a indústria avícola nacional informa que irá manter a paralisação de novos investimentos para o setor. “A recomendação é de que, em função da oferta, seja reduzida a produção de frango de corte e a revisão de novos investimentos”, informa o presidente do Sindiavipar. Essa medida foi adotada pelo setor desde novembro do ano passado, quando o segmento ficou em estado de alerta devido a possibilidade de falta de oferta de milho no mercado interno. “Precisamos criar um ambiente de competitividade que favoreça novos investimentos para o setor”, afirma Domingos Martins.

No ano passado, o Brasil produziu 4.837.396.498 cabeças de frango de corte, tendo o Paraná como principal produtor nacional, com o abate de 1.111.029.995 cabeças de frango no acumulado janeiro-dezembro de 2007. Nas exportações, o país comercializou com o mercado externo 3.188.973.181 quilos de frango, o que rendeu um faturamento de 4.633.055.895 dólares.