Redação (13/06/2008)- O segmento iniciou o ano com preços que estavam em torno de R$ 2 o quilo do animal vivo. Até o mês de abril, registrou queda de preços apresentando baixa de cerca de 10%. A expectativa do segmento é de recuperar, ou pelo menos amenizar, as perdas registradas em 2007 "Desde então estamos passando por recomposições semanais, com o quilo da carne suína cotada em R$ 3,30 esta semana", comentou José Arnaldo Penna, vice-presidente da Asemg.
Segundo adiantou o dirigente, os ajustes não deverão estagnar neste patamar. "Acredito que ocorram novas altas em função da oferta ajustada, e que acompanhem a recuperação dos segmentos de aves e bovinos. A perspectiva é que os preços cheguem a R$ 3,50 até o mês de julho, representando certa tranqüilidade para os produtores, já que os custos também continuam subindo", salientou.
A produção também continua crescendo. Segundo João Bosco Martins, presidente da Asemg, no último ano foram produzidas cerca de 380 mil toneladas de carne suína e a perspectiva para este exercício é de chegar a 400 mil toneladas. A expectativa é que as exportações de suínos apresentem incremento de 10%, aceleradas pela demanda. No último ano, o país fechou com o consumo de 13 quilos per capita, enquanto o consumo mineiro ficou entre 20 e 21 quilos por pessoa. Com o apoio da campanha “Um Novo Olhar Sobre a Carne Suína” criada pela ABCS e organizada pela Asemg no estado, que tem como objetivo aumentar o consumo da carne, estima-se que para 2008 o consumo per capita seja ainda maior.
O setor poderia estar em um crescimento ainda maior, mas infelizmente existem alguns entraves como por exemplo o mercado de grãos, que hoje representa o maior custo na produção dos animias. Para José Arnaldo está é uma grande preocupação, já que ainda não houve formação de estoques de milho e farelo de soja, o que obriga muitos produtores a conviverem com a inconstância deste mercado."Com a saca do milho sendo comercializada a R$ 27, o custo de produção é bastante inflacionado uma vez que este grão responde por cerca de 70% dos gastos do setor", explicou.
Uma outra preocupação, envolve a defesa sanitária e os custos com o fosfato, material utilizado na alimentação dos animais. "As altas do fosfato têm provocado alarme nos produtores, especula-se que teremos novo reajuste de cerca de 30% nos próximos dias. O produto é comprado em dólar e, mesmo com a queda da moeda norte-americana, os preços continuam aumentando. Vamos continuar trabalhando para conseguir a liberação da produção de vacinas e por importação de milho transgênico para abastecimento interno", enfatizou.
O vice-presidente explica ainda que no país existe apenas uma empresa que comercializa vacina para o controle do circovírus. O segmento aguarda definição do governo para autorizar empresas nacionais para integrar este mercado com preços mais competitivos. "Os custos com vacinação são altos. Gastamos cerca de R$ 13 por matriz e 25% deste valor para cuidar dos leitões, com vacinações de mais de duas vezes por ano", afirmou.