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Suinocultores catarinenses miram no mercado chinês

Os chineses, grandes produtores de suínos, podem comprar um volume considerável de carne suína catarinense em 2008.

Redação (31/01/2008)- Os suinocultores catarinenses estão confiantes quanto ao desempenho do setor em 2008. Mas ao contrário do que se possa imaginar, as perspectivas positivas não têm tanta relação com a Rússia, que em 1º de dezembro de 2007 pôs fim ao embargo às carnes catarinenses após cerca de dois anos sem importar o produto do Estado. Depois do fim do embargo, os russos ainda não compraram carne suína de Santa Catarina – eles ainda teriam em estoque as carnes compradas do Rio Grande do Sul em 2007, e a previsão do setor é que a Rússia recomece a importação por volta de março. Neste ano, além dos russos, a carteira de principais clientes das carnes catarinenses deve ser formada por países europeus, Japão, Chile e pela grande aposta do setor: a China.

Os chineses, grandes produtores de suínos, podem comprar um volume considerável de carne suína catarinense em 2008. A previsão é de Losivanio de Lorenzi, vice-presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS). Ele aponta dois motivos principais para que o país importe a carne . O primeiro diz respeito a problemas sanitários enfrentados no ano passado: focos da Síndrome Respiratória e Reprodutiva Porcina, doença conhecida como "orelha azul" e que contamina as carnes, tornando-as impróprias ao consumo humano. O segundo problema que a China vem enfrentando, e que amplia as possibilidades de comercialização de carnes com o país, é o aumento do êxodo rural, que tem aumentado o consumo de água nas cidades, fazendo com que ela seja prioridade para o consumo humano. Com isso, a criação de animais deve ser diminuída. "Representantes da China já estiveram em Santa Catarina visitando frigoríficos, e acreditamos que até a metade deste ano um grande contrato de fornecimento de carne suína para o país seja assinado", afirma Lorenzi. "A Rússia passou a ser um mercado, e não mais apenas o único mercado possível", diz.

Outra perspectiva do setor é quanto à redução do valor do milho, produto responsável por 70% do custo de cada quilo de ração utilizada pelo produtor. O preço da saca de 60 quilos do grão, que chegou a R$ 34 reais, está baixando, segundo Lorenzi, e deve se estabilizar em cerca de R$ 25 a saca durante a safra, e ficar entre R$ 27 e R$ 28 na entressafra. "A situação já esteve mais crítica de outubro a dezembro do ano passado, mas nesse ano, com a previsão de uma safra maior, o preço deve estabilizar em um patamar mais baixo", diz. O principal motivo da alta no preço do grão foi o aumento no volume de exportação, e a conseqüente redução dos estoques nacionais.