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Suinocultores de SC pedem criação de agroindústria e de abatedouro

A criação de agroindústrias é uma das saídas para reduzir os gastos do com a manutenção dos animais na propriedade.

Redação (08/04/2008)- Em Jacinto Machado, os passos iniciais para uma melhoria na suinocultura começaram a ser dados. Na quarta-feira, produtores do município e região estarão reunidos para discutir, entre outros assuntos, a criação de agroindústrias e de um abatedouro municipal e a implantação de biodigestores nas propriedades. A reunião pretende também unir e organizar os produtores para lutarem por uma atividade melhor e mais rentável. "A suinocultura passa pela organização dos produtores. Ou nos organizamos ou não conseguiremos continuar", afirma Marcos Colares, presidente da Associação de Criadores de Suínos de Jacinto Machado e Região (ACSJMR).

Para Marcio Brunelli, médico veterinário do Sistema de Inspeção Municipal (SIM), a criação de agroindústrias é uma das saídas para reduzir os gastos do suinocultor com a manutenção dos animais na propriedade. "Nosso problema é manter os suínos na granja, já que os produtores não conseguem vendê-los. Assim, os animais ficam nas propriedades gerando custos com alimentação. Com a possibilidade desses animais serem abatidos e de produtos serem fabricados, acabaremos com a despesa com a manutenção dos animais na propriedade", afirma.

Outra preocupação seria com a implantação de biodigestores nas propriedades, segundo Brunelli. Como a atividade suinocultura gera rejeitos, a utilização de biodigestores como forma de amenizar os problemas ambientais causados é uma das apostas da região, segundo ele. O médico veterinário explica que o trabalho do biodigestor consiste em transformar o gás proveniente dos resíduos da suinocultura em energia, que pode ser utilizada pelos próprios suinocultores para fins como o aquecimento dos leitões ou ir para a rede elétrica.

Propriedade com biogestor servirá de modelo: Em Jacinto Machado, uma propriedade já possui o biodigestor, e deve servir de "modelo" para a possível implantação do equipamento em outras granjas. Os produtores devem realizar uma visita à propriedade para conferir de perto o processo. Segundo Brunelli, uma empresa de Porto Alegre deve fazer o levantamento de dados como a viabilidade econômica da instalação dos biodigestores e a confecção do projeto. A Cooperativa de Eletricidade de Jacinto Machado (Cejama), também deve ser procurada por representantes dos suinocultores para colaborar com o projeto.

Suasa facilitará venda para fora do município: Outro tema de discussão entre os suinocultores de Jacinto Machado é a criação de um abatedouro municipal, que serviria para todos os tipos de produtores de animais. Conforme o presidente da ACSJMR, Marcos Colares, um abatedouro municipal contribuiria para baixar os custos dos produtores e agregar valor ao produto. Ter um abatedouro particular estaria fora das possibilidades financeiras dos produtores e por isso, os suínos são comercializados vivos. Com um local para abater os animais, Colares afirma que os produtores poderão vender os cortes dos animais, que têm um valor maior no mercado. E com a possível criação do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa) na região, que integra os serviços de inspeção municipal, estadual e federal, os suinocultores de Jacinto Machado, a maioria independente, poderá comercializar o produto fora dos limites do município, como ocorre atualmente.

Os suinocultores de Jacinto Machado e região também devem pleitear o recebimento do milho com o preço subsidiado da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Segundo Colares, a saca de 60 quilos do grão comprada através da Conab custa R$ 25, enquanto que o preço do milho no mercado está R$ 31 a saca. "Hoje, esse benefício não chega até os produtores de Jacinto Machado e região porque não temos silos credenciados para receber o milho", diz. A associação deve entrar em contato com a Cooperativa Agropecuária de Jacinto Machado (Cooperja), para discutir o assunto. "A compra de milho da Conab, além de reduzir os custos, nos dará uma garantia de abastecimento, já que o produto está escasso no mercado.”