Redação (20/0106) – O Paraná acompanhou o ritmo do mercado de exportações de suínos no Brasil e fechou 2005 com um aumento de 30% nas exportações. Em todo o País, exportação de carne suína bateu novo recorde e fechou o ano com um aumento de 22% no embarque para o mercado externo e um crescimento de 50,36% na receita acumulada em comparação com 2004. A receita ficou em US$ 1,167 bilhão, enquanto em 2004 havia sido de US$ 776 milhões.
O presidente da Associação Paranaense de Suinocultores, Ireneu Wessler, diz que o crescimento nas exportações estão diretamente ligadas ao custo baixo da produção no Brasil. “É possível ter um ótimo produto por um preço razoável. Isso atrai o mercado externo. Por isso o Brasil é um dos maiores exportadores do mundo”, explica.
Outro fator determinante na opinião do presidente é o profissionalismo dos suinocultores do Paraná. “Com a grande competitividade, todos encaram a criação com muita dedicação e profissionalismo, o que potencializa a qualidade do produto.” O maior comprador da mercadoria paranaense é a Rússia, que corresponde a 40% do mercado exportador. “Certamente, são nossos maiores clientes”, diz Wessler.
Futuro
Entretanto, se em 2005 os suinocultores comemoram um ano lucrativo, a previsão para 2006, pelo menos para os paranaenses, não é das mais animadoras. O motivo é o impasse da febre aftosa.
Para se ter uma idéia dos prejuízos do setor a partir de outubro, quando a suspeita da doença foi detectada, o preço do quilo do animal vivo caiu de R$ 2,40 para R$ 1,50. “Não bastasse a queda no preço, sofremos todo o tipo de restrição. Por isso, pelo menos por ora, as projeções para 2006 estão nebulosas”, diz Wessler.
Ele culpa o desencontro entre o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e o governo estadual pela queda vertiginosa nas exportações. “O governo do Estado não concordou com a determinação de foco na Fazenda Cachoeira feita pelo ministério e, enquanto eles tentavam se acertar, os produtores viam os índices despencarem. Agora veio essa história de liminar”, lamenta Wessler, referindo-se ao documento emitido pela 3. Vara de Justiça Federal de Londrina que impede o sacrifício das pouco menos de 1.800 cabeças de gado sob suspeita de aftosa na fazenda, localizada em São Sebastião da Amoreira.
Tão logo os animais sejam sacrificados e enterrados na propriedade, abre-se o prazo de seis meses para que o Paraná possa retornar ao livre mercado de carne. “Se não acontecer logo, o futuro é temerário”, conclui o dirigente.