Redação (03/04/2008)- A utilização de vacinas, especialmente em frangos de corte, precisa ainda hoje de melhorias associadas ao desenvolvimento de novos produtos e da compreensão exata do significado do “custo” para a ave na utilização desta ferramenta, comenta o médico veterinário Luiz Felipe Caron, na palestra proferida durante o IX SBSA – Simpósio Brasil de Avicultura, realizado no Lang Palace Hotel em Chapecó.
O mestre e professor da UFPR defende o monitoramento e a tecnologia para o uso racional de vacinas e antibióticos nas aves, adequando a produção às normas internacionais de segurança alimentar. Segundo o especialista em biotecnologia “A capacidade da ave em responder a diferentes antígenos, varia conforme alguns fatores, como a idade, raça, manejo nutricional, entre outros”. E ainda, assegura que o monitoramento da capacidade de resposta imunológica das aves permitiria o uso racional de medicamentos.
Para os países produtores de aves o grande desafio é manter o status sanitário do plantel utilizando tecnologia a baixo custo e com eficiência, pois esse é um importante fator competitivo. “A possibilidade de aferição do status imunológico da ave com grande sensibilidade permitiria um manejo de vacinas mais coerente, pois poderiam se utilizar os produtos nas diferentes épocas recomendadas com o conhecimento prévio da capacidade de resposta da ave, para vários antígenos, por diferentes vias de resposta, desde a fagocitose até as respostas humoral e celular” afirmou Caron.
Dando continuidade aos temas de biosseguridade e controle sanitários dos plantéis, a veterinária Dra. Laura Yaneth Villarreal Buitrago, formada na Universidade de La Salle em Bogotá, Colômbia, apresentou a palestra “Impacto dos diferentes patotipos dos vírus da bronquite infecciosa circulantes no Brasil”, uma doença que provoca sérios prejuízos econômicos e requer monitoramento constante.
A importância da prevenção e da biossegurança está diretamente ligada ao seu impacto econômico. Os sintomas, além de diminuírem o desempenho das aves, com perda de peso e refugagem, têm complicações com infecções bacterianas secundárias que causam grandes perdas econômicas por condenação de carcaças.
Para Dra. Laura Yaneth Villarreal Buitrago, que atua na área de Medicina Veterinária Preventiva e Saúde Animal em Programas Sanitários, é importante o alerta aos profissionais para o prejuízo não apenas em aves de corte, mas nas poedeiras aonde as perdas vão de 10 a 50% na produção de ovos, causando ainda alterações da qualidade da casca e conseqüentes deformações nos ovos.
O IX SBSA, promovido pelo Núcleo Oeste de Médicos Veterinários, é um dos eventos mais técnicos do calendário avícola brasileiro e reúne este ano cerca de 700 veterinários, zootecnistas, técnicos, empresários e estudantes do setor avícola.