Luigi Gambardella, presidente da UEBrasil, enviou uma carta a Durão Barroso considerando desproporcional a medida (exigência de lista com as fazendas aptas a fornecer animais para abate e exportação à UE alegando problemas na rastreabilidade) que na prática bloqueia a entrada do produto na UE, notando "ausência provada de risco para a saúde humana e animal".
Por isso, pediu a Barroso para agir rápido e "confirmar a qualidade da carne bovina brasileira", lembrando que é exportada para 182 países, e bastante competitiva, pois entraram 560 mil toneladas na própria UE em 2007 apesar da tarifa enorme de 176%.
Em nome de Barroso, seu auxiliar Fernando Andresen Guimarães respondeu que houve no Brasil "exemplos graves e sistemáticos" de falta de cumprimento sobre registro de fazendas, identificação de animais e controle no deslocamento, vistos como medidas fundamentais no combate a febre aftosa. Disse que à alternativa a proibição total da carne brasileira, "que seria plenamente justificável" diante das deficiências, foi limitar a importação até que o Brasil melhore a aplicação dos requisitos de Bruxelas.
Agora, a UE busca agora o "justo equilíbrio" entre as exigências sanitárias e a resposta do Brasil, e aparentemente vê progressos. A Comissão Européia se diz consciente dos "esforços consideráveis" feitos pelas autoridades brasileiras para sanar "algumas" das deficiências identificadas. Exemplifica com os "notáveis" recursos mobilizados para inspeção e auditorias nas fazendas que pretendem exportar para a UE.
Além de prometer inspeções regulares para acelerar a retomada das importações, a UE reitera seu apoio ao "vasto" programa brasileiro de formação de auditores programado para os próximos meses. "A UE deseja muito um diálogo aberto e continuar a colaborar estreitamente com as autoridades brasileiras para manter o comércio de carne bovina", conclui a carta.