Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

UE não compensará avicultores

Segundo a comissária de agricultura da UE, os casos já confirmados não limitam as negociações em nível que justifique novas medidas de apoio ao mercado.

Redação AI (21/02/06) – Os recentes surtos de gripe aviária em aves selvagens criaram uma situação séria de mercado, mas não o suficiente para justificar a compensação a avicultores, disse ontem a comissária de agricultura da União Européia (UE), Mariann Fischer Boel, durante reunião com os ministros da Agricultura dos países do bloco.

Boel, no entanto, afirmou que reconsideraria a decisão “se fosse necessário”. Fischer Boel disse que as áreas de proteção e vigilância determinadas em volta dos plantéis de aves em países com casos confirmados de gripe aviária não limitam a negociação de aves e ovos num nível que justifique “medidas excepcionais de apoio ao mercado”.

Segundo ela, dado o curto ciclo de produção, a indústria de aves deve conseguir reduzir a oferta como um meio de elevar preços. As autoridades também anunciaram que não há necessidade de pânico, dizendo que a gripe aviária não chegou às aves domésticas na UE, apenas às aves selvagens.

“Essa é uma doença animal e não uma de seres humanos”, disse o comissário de saúde pública, Markos Kyprianou.

“Não há motivo algum para os europeus pararem de comer carne de aves”, completou ele.

A UE debateu ontem meios de intensificar a guerra contra a gripe aviária, incluindo vacinação das aves. A variedade letal do vírus da gripe aviária, o H5N1, já se espalhou para seis países do bloco.

No entanto, não há consenso quanto à vacinação das aves comerciais. Kyprianou disse que a vacina, que fornece alguma imunidade contra um vírus geral da gripe, mas não especificamente contra o H5N1, não seria totalmente eficiente e que ainda seria necessário vigilância das áreas afetadas. “Há dúvidas de que os benefícios da vacinação superem os custos”, afirmou ele.

O ministro da Agricultura da Alemanha, Horst Seehofer, questionou a efetividade no curto prazo da vacina preventiva, alegando que sua aplicação seria difícil, já que as aves precisam ser inoculadas duas vezes em um intervalo de três semanas. Porém, Seehofer disse que é fundamental uma estratégia de vacinação a longo prazo.

Os ministros pediram ainda à Comissão Européia, braço executivo da UE, que estude a proposta de exigir que visitantes estrangeiros dos países do bloco declarem produtos de aves ou informem sobre contatos que tenham tido com aves domésticas ou selvagens.