Redação (22/02/2008)- A Embrapa Suínos e Aves, empresa
de pesquisa vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (Mapa), quer homenagear o
pesquisador Paulo Roberto Souza da Silveira, que depois de 28 anos de
prestação de serviços e de uma trajetória de muito envolvimento na vida
da Unidade, nesta sexta feira, dia 22 de fevereiro encerra as atividades
na Empresa e se aposenta.
Paulo ingressou na vida profissional por meio da extensão rural da
ACARESC e logo a seguir, via convênio, na Associação Catarinense dos
Criadores de Suínos (ACCS). Com o tempo, teve a oportunidade de se
especializar na área de inseminação artificial de suínos. Naquela época,
era o começo da implantação desse tipo de tecnologia na suinocultura
brasileira, tendo como os estados pioneiros Santa Catarina e Rio Grande
do Sul.
A dedicação ao trabalho e a especialização fez com que no ano de 1979
fosse convidado para trabalhar na Embrapa Suínos e Aves. “Naquela época,
não havia somente o concurso para ingresso na Unidade, havia também uma
modalidade por convite para profissionais que possuíssem mestrado ou
doutorado, o que era escasso. Em alguns casos, pessoas de notório saber
numa determinada área também eram convidadas a trabalhar na Embrapa. Esse
foi o meu caso”, comenta Paulo. Pouco tempo após a chegada, Paulo
trabalhou na Difusão de Tecnologia, substituindo o colega Carlos Perdomo.
Entre 83 e 84, cursou mestrado em fisiopatologia da reprodução na
Universidade Federal de Santa Maria (RS).
Após o retorno para a Unidade e a vinda de outros colegas, surgiu a
oportunidade de formar uma equipe na área de reprodução de suínos. Esse
grupo foi bastante ativo e dinâmico. Além de atuar na área de reprodução
e inseminação artificial, Paulo foi chamado várias vezes, com o passar do
tempo, para ocupar cargos de coordenação ou gerência. Já em 1987 assumiu
um dos maiores desafios da sua carreira dentro da Unidade. Ele tornou-se
chefe geral da Embrapa Suínos e Aves naquele ano.
Paulo Silveira ficou durante praticamente cinco anos na chefia, período
que teve grande significado na sua trajetória. Três meses após ter
assumido o cargo, recebeu a aprovação do seu projeto de doutorado na
Inglaterra, mas a responsabilidade que havia assumido não permitiu dar
continuidade naquele momento aos estudos. Mesmo como chefe geral, Paulo
buscou aperfeiçoamento. Depois de quatro que meses no cargo, foi um dos
quatro indicados pelo presidente da Embrapa para fazer um curso sobre
gestão de instituições de pesquisa na Argentina, promovido por órgãos
internacionais.
Em 1992, Paulo Silveira deixou a chefia geral e finalmente partiu para o
seu doutorado. Logo no seu retorno, em 97, assumiu a chefia adjunta de
Pesquisa e Desenvolvimento em Suinos, onde ficou aproximadamente um ano e
no qual ficou por quatro anos. Nessa área, trabalhou com articulação de
parcerias e negócios, construiu uma rede de relacionamentos muito grande
e trabalhou principalmente na divulgação do que a Unidade gerava,
contribuindo para o aumento da sua presença e visibilidade nacional e
para que os resultados do trabalho da Embrapa Suínos e Aves chegassem até
o cliente final.
Apesar de ter feito parte de uma equipe de alto nível na reprodução de
suínos e sempre ter sido credenciado como uma pessoa de notório saber
nessa área, Paulo Silveira contribuiu mais com a Embrapa Suínos e Aves na
área gerencial. “Trabalhei muito em funções gerenciais e na articulação
da Unidade como no caso da realização de congressos e parcerias, a
exemplo da Associação Brasileira de Veterinários Especializados em Suínos
(Abraves). Foram mais de 20 anos com essa associação, sempre contribuindo
para a realização do Congresso Nacional da Abraves, posicionando a
Embrapa como protagonista desse evento, difundindo e mostrando o trabalho
que a Unidade realizava”, comenta.
Segundo Paulo uma das fases que mais marcou a sua trajetória dentro da
Unidade foi quando assumiu a chefia geral. “Peguei uma época de muitos
desafios. Naquele momento, a Unidade decidiu se ia ser pequena ou grande,
teve um aumento do quadro de funcionários e na infra-estrutura de um modo
geral e realizou seu primeiro planejamento estratégico. Naquele momento o
apoio da informática era incipiente, o que dificultava muito a gestão e a
atividade do centro. Também tive a oportunidade nesse período de me
relacionar com todos os empregados, conheci melhor a Unidade, passei a
entendê-la melhor. Foi uma época que me enriqueceu muito”.
As conquistas
Entre as conquistas listadas por Paulo, durante o período em que exerceu
cargos de chefia na Unidade, está a costura do acordo que permitiu o
surgimento do Centro de Diagnóstico em Saúde Animal (CEDISA), nos anos
90. Paulo participou de todo o processo de reestruturação do CEDISA, há
dois anos, e da reforma dos laboratórios do centro de diagnóstico,
inaugurada em junho de 2007.
As palavras que Paulo Silveira usa para encerrar sua trajetória na
empresa são de gratidão pela oportunidade de ter feito parte, segundo
ele, da “universidade suínos e aves”. “Aqui é uma empresa para quem gosta
do exercício técnico, da pesquisa, do estudo, da comunicação e do
aperfeiçoamento. É uma empresa criativa, que se reformula a cada período.
Eu agradeço a cada dia de trabalho prestado”.
Depois de 28 anos de empresa, participação em diversas áreas, entre elas
a pesquisa, a gestão e a comunicação, Paulo Silveira afirma estar saindo
na hora certa, com saúde e energia. Ele é muito grato à empresa e aos
colegas, pessoas íntegras, bons profissionais. “A maior perda vai ser o
convívio diário dentro da empresa, mas cabe a mim voltar aqui tantas
vezes quanto for preciso, para não perder completamente o vínculo”,
conclui Paulo.