Redação (16/05/2008) –O Ministério da Agricultura determinou desde 2006, que a Embrapa Soja de Londrina desenvolva normas sustentáveis para a utilização de veneno agrícola nas plantações de todo o país. O programa requisitado pelo ministério recebeu o nome de Produção Integrada de Soja (PISoja). O objetivo da pesquisa é elaborar normas que racionalizem o uso de agrotóxico, diminunindo o número de aplicações no campo. As primeiras conclusões apontam que o uso racional de veneno produz mais soja com menos aplicações.
Entre as atividades previstas no estudo, está a normatização do manejo correto do solo e do uso da adubação. ""A idéia é de que toda produção agrícola seja feita de maneira sustentável"", destaca Rafael Moreira Soares, pesquisador em Fitopatologia da Embrapa. Outro aspecto previsto no programa é a rastreabilidade da produção da soja. ""O consumidor vai saber de onde veio a soja, que agrotóxico foi usado no período de cultivo, se a propriedade segue todas as normas de sustentabilidade"", lista Moreira. Atualmente não há no país um sistema de acompanhamento dessa cadeia produtiva.
Segundo o pesquisador, China e Europa cobram cada vez mais do Brasil a certificação de origem da soja. Soares lembra que todo processo começou na safra de 2006, em nove campos pilotos espalhados no Paraná, com área média plantada de 5 hectares. O estudo está sendo feito em parceria com a Emater e as cooperativas Coopavel, Copacol e C-Vale. Outros três pontos foram acrescentados na safra 2007, na região de Londrina.
Os primeiros resultados mostram a redução na aplicação de veneno nesses campos de testes, comemora Soares. Outro dado positivo foi o aumento na produtividade comparado com a média por hectare das lavouras sem esse tipo de racionalização (veja quadro). O pesquisador informa que as cultivares utilizadas pela Embrapa são resistentes a determinadas pragas e doenças e que essas plantas fazem parte do processo de pesquisa contínua da Embrapa.
As normas técnicas de produção integrada devem estar prontas até 2010 e, segundo determinação do Ministério da Agricultura, deverão ser observadas por todos os agricultores.