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Várias medidas já isolam aves no Brasil

Acesso ás granjas é bastante restrito e galpões são desinfetados.

Redação AI (03/03/06)- Produtores que já trabalham com sistemas modernos galpões suspensos ou totalmente fechados e climatizados não terão problemas com a telagem. Mas esse tipo de granja é minoria. Bastos, por exemplo, tem cerca de 130 granjas comerciais, com 95% dos 15 milhões de aves criadas em galpões convencionais pequenos, que comportam em média 4 mil aves, e manejo totalmente manual.

Além de exigir um investimento alto, a tela dificulta o manejo, dizem os criadores. Bem antes da exigência da telagem, os criadores já vêm tomando várias medidas de biossegurança. A cerca viva de sansão-do-campo, por exemplo, isola toda a propriedade do avicultor Kenji Amano, que também reduziu ao máximo o trânsito na propriedade. Para isso, ele e mais seis produtores uniram-se e transferiram seus escritórios para longe das granjas. Na propriedade só entram pessoas que realmente precisam ter contato com as aves. Além disso, quem entra na granja não pode ter visitado outra propriedade naquele dia e precisa usar botas e jaleco higienizados. O avicultor também está mudando a disposição dos galpões,já que a granja foi construída há muitos anos, quando não se pensava em gripe aviária. Vamos dividir os galpões em núcleos, conforme a idade das aves. Assim, evitamos a proximidade das aves mais velhas com as mais novas, que ainda não receberam todas as vacinas, diz o zootecnista Rafael Henrique Kuiavski. A cerca viva também será adotada para separar os núcleos. Fazemos ainda a desinfecção diária das aves, pulverizando galpão por galpão.

 

MANEJO

Para o produtor Osamu Yabuta, a telagem poderia criar outro problema sanitário, porque dificultaria a limpeza até das próprias telas. Em sua propriedade, Yabuta tem todos os tipos de galpões, dos tradicionais (que não são elevados) aos mais modernos. Mas cerca de 50% do plantel ainda é criada em galpões convencionais. Não sei o que fazer se tiver de telar. A produtora Silvana Pellicci Laudanna, da Granja Ovobom, em São Manuel (SP), concorda. A medida, acredita ela, vai dificultar a limpeza dos galpões, a coleta de ovos, o manejo das aves e a retirada de esterco, podendo criar condições que põem em risco a saúde das aves e a biosseguridade. Se a tela fosse a garantia da não ocorrência da gripe, teríamos de arcar com o alto custo do investimento, mas a tela não é eficiente e há outras medidas de execução imediata. É um gasto que não trará retorno.

 

SAIBA MAIS:

Sindicato Rural de Bastos, tel. (14) 3478-1152; APA, tel. (11) 3832-1422