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Reversão nos preços do óleo de soja alerta fabricante de biodiesel

No mercado interno, o produto que na virada do ano estava cotado a R$ 1,77 mil, hoje está próximo de R$ 2 mil.

Redação (21/01/2009)- As empresas produtoras de biodiesel estão observando nesse início de 2009 uma forte retração na sua margem de lucro em razão do aumento nos preços do óleo de soja. Até agora a valorização do produto na Bolsa de Chicago é de 16,5%. No mercado interno, o produto que na virada do ano estava cotado a R$ 1,77 mil. Hoje está próximo de R$ 2 mil, gerando um aumento significativo no custo.

As 33 indústrias que participaram do 12º Leilão de Biodiesel da Agência Nacional do Petróleo (ANP), em novembro passado, venderam o produto a um patamar de R$ 2,40 e, juntas, se comprometeram a entregar durante o primeiro trimestre de 2009 um volume 330 milhões de litros. Com a reversão do mercado nos últimos dias a rentabilidade dessas usinas já começa a minguar. "A margem de lucro que era de 40, 50 centavos por litros caiu para 10, 20 e pode chegar a zero se o preço do óleo de soja continuar subindo", disse Miguel Biegai, analista da Safras & Mercado. Ele destaca que as usinas que não adquiriram a matéria-prima em grandes volumes poderão operar com um custo acima do preço final de venda.

Caso o cenário pessimista se confirme não será a primeira vez que isso ocorre a cotação do óleo de soja ultrapassa o preço de biodiesel. No primeiro trimestre de 2008 algumas usinas arcaram com um prejuízo de até R$ 1 por litro vendido.

Outras matérias-primas alternativas a soja na produção do biodiesel continuarão sendo uma exceção no processo de industrialização. Mesmo com o incentivo do governo a agricultura familiar o cultivo das demais oleaginosas não deve avançar na próxima safra e poderá ser ainda prejudicado pelos negativos efeitos do clima.

Para minimizar as dificuldades da cadeia do biodiesel está tramitando na Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) o projeto de lei de autoria do senador César Borges (PR-BA) que pretende estabelecer linhas de crédito específicas para o investimento em unidades de produção de biodiesel e para o cultivo de oleaginosas.

Para Sérgio Beltrão, diretor executivo da União Brasileira do Biodiesel (Ubrabio), a disponibilidade de crédito especificamente para o setor de biodiesel é necessária para o desenvolvimento de outras culturas e para a diminuição da dependência do País em relação a soja. "Na área agrícola a gente sabe que alguns fatores vão levar a safra a uma ligeira queda, então certamente essas iniciativas, tanto para agricultura familiar quanto empresarial, representam novos vetores de desenvolvimento", avalia.

As usinas produtoras de biodiesel enfrentam, neste início de ano, uma alta nos preços do óleo de soja, matéria-prima para o biocombustível e pedem um linha própria de crédito.